Demissão é confissão de culpa, dizem oposicionistas
Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online: Senadores da oposição afirmaram nesta quarta-feira (17) que o pedido de demissão do ministro Wagner Rossi (Agricultura) representa a “confissão de culpa” do peemedebista –acusado de patrocinar um esquema de corrupção na pasta. DEM e PSDB acreditam que a demissão vai “azedar” a relação do PMDB com o governo […]
Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:
Senadores da oposição afirmaram nesta quarta-feira (17) que o pedido de demissão do ministro Wagner Rossi (Agricultura) representa a “confissão de culpa” do peemedebista –acusado de patrocinar um esquema de corrupção na pasta.
DEM e PSDB acreditam que a demissão vai “azedar” a relação do PMDB com o governo federal, já que Rossi era um nome de confiança do vice-presidente Michel Temer –presidente licenciado do PMDB.
“Quem pede demissão acata as denúncias como verdadeiras. As respostas do ministro não convenceram. Teremos mais um foco de insatisfeitos no governo, o que pode permitir que a CPI da Corrupção se torne realidade no Congresso”, disse o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR).
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), afirmou que “ninguém pede demissão sem ter culpa”, o que demonstra que Rossi não tinha argumentos para se defender das acusações.
“O que a Dilma disse, que confiava em todos os ministros, não tem procedência. Isso vai azedar ainda mais as relações entre os partidos da base e o Palácio do Planalto.”
Disposta a instalar a CPI da Corrupção para investigar denúncias no governo, a oposição quer aproveitar a queda de mais um ministro para buscar apoio na base governista. DEM e PSDB vão procurar insatisfeitos do PMDB para que assinem o pedido de instalação da CPI.
“A relação do Planalto com o PMDB já era ruim, e agora fica ainda pior”, afirmou Agripino.
SUMIÇO
Parlamentares do PMDB sumiram do Senado depois do anúncio da queda de Rossi. A Casa, que tradicionalmente encerra suas atividades mais tarde, terminou as votações no plenário pouco antes das 19h –num cenário pouco comum para o Legislativo.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), assim como os líderes Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), não estavam em seus gabinetes depois do anúncio da demissão de Rossi.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos poucos governistas presentes no Senado, disse que cabe ao próprio ministro explicar os motivos que o levaram a deixar o cargo. “A gente tem que dar força à presidente Dilma. Quem tiver problemas, vai ter que se explicar. No caso do ministro Rossi, a presidente tomou posição, registrou apoio na hora certa. Foram os fatos que levaram à sua demissão”, disse o petista.