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Decisão tomada por Mendes sobre inquérito que envolve Aécio pode ser chamada de óbvia

Não há nada de especial ou formidável em despacho do ministro; como o inquérito existe, ele tem de andar. O que há de surpreendente nisso?

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h33 - Publicado em 18 out 2016, 03h49

A notícia começou a circular na noite desta segunda e chegou meio atrapalhada à imprensa. Nessas horas, costumo pensar: “Coitado do telespectador, do ouvinte, do internauta, do leitor!…”. Aí os blogs de esquerda e a folia nas redes sociais se encarregam de fazer o resto…  Até os que chegaram perto do fato derraparam um pouco. A que me refiro? Explico.

Comecemos pela história. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, autorizou, em maio, a abertura de um inquérito para apurar se o agora senador Aécio Neves (PSDB-MG), então governador de Minas, atuara, em 2005, para manipular dados fornecidos pelo Banco Rural à CPI dos Correios. Tal manipulação serviria ao propósito de apagar pistas do chamado “mensalão mineiro”. Também são investigados nesse inquérito o agora prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que, à época, era deputado federal pelo PSDB, e Clésio Andrade, que era vice de Aécio.

A investigação nasceu da delação premiada de Delcídio do Amaral, ex-senador petista, que teve o mandato cassado.

Muito bem! O que aconteceu nesta segunda? Um mero desdobramento da investigação. A pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, Mendes autorizou a Polícia Federal a analisar vídeos que registram o transporte de caixas que estavam numa sala que abrigava documentos da CPI dos Correios para a Coordenação de Arquivos do Senado. Tal transporte foi feito a pedido do gabinete no senador, que afirmou precisar dos dados para organizar a sua defesa. Foram removidas da sala 46 das quase mil caixas que integram o acervo.

Mendes decidiu ainda que Delcídio, que foi presidente da CPI dos Correios, passou a ser também um investigado.

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O que isso quer dizer? Que não há mudança nenhuma de status em relação ao que se tinha antes. Nem se aprofunda a investigação sobre Aécio nem se agrava a sua situação, a menos que se venha a demonstrar que houve tentativa de supressão de provas, o que se afiguraria impossível porque, por óbvio, o Banco Rural mantém os seus registros.

Não há, portanto, nada de formidável na decisão tomada por Gilmar Mendes. Isso apenas significa que o inquérito está em curso. “E por que essa questão não está com Teori Zavascki, que é o relator do caso do petrolão no Supremo?” Porque isso nada tem a ver com o escândalo que teve a Petrobras como epicentro. Esse caso remonta a 2005 a está relacionado ao chamado “mensalão”. Segundo a delação premiada de Delcídio, o objetivo era esconder evidências de que o mensalão mineiro teria antecedido aquele conjunto de crimes.

Assim, o procedimento desta segunda, autorizado por Mendes, deveria ser não mais do que uma nota de rodapé. Mas sabem como é… Existe a lei das compensações: como se noticia safadeza de petistas o tempo inteiro, é preciso dar destaque a procedimentos que tenham tucanos como alvos, ainda que eles integrem a rotina de uma investigação.

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