Campos, Suape, a MP dos Portos e o lado ruim da força. Assim não, governador!
Quero voltar à eventual candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República. Dado o arco de alianças do petismo, é comum, nos estados, o governo federal ter dois palanques. Mas é, obviamente, impossível haver dois na disputa presidencial quando o candidato oficial — ou candidata, como é o caso — concorre à reeleição. Campos terá, […]
Quero voltar à eventual candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República. Dado o arco de alianças do petismo, é comum, nos estados, o governo federal ter dois palanques. Mas é, obviamente, impossível haver dois na disputa presidencial quando o candidato oficial — ou candidata, como é o caso — concorre à reeleição. Campos terá, caso dispute mesmo, de se opor, de algum modo, a Dilma Rousseff e ao PT. Com que pauta? Já volto a este ponto. Antes, um pouco mais de especulações.
Digamos que Dilma e o agora governador de Pernambuco passassem para um eventual segundo turno. Ninguém precisa ser muito bidu para supor que ao PSDB não restaria alternativa que não apoiar o nome do PSB. Mas e se a presidente disputasse com Aécio Neves? O peessebista se juntaria ao candidato de oposição, contribuindo para tirar o PT do poder?
Campos, muita gente diz, está de olho é em 2018, não em 2014. Por que apoiaria, nessa hipótese, um Aécio, que teria chances, se vitorioso, de disputar uma reeleição, em vez de Dilma, que não estaria no pleito seguinte? Romper para quê? Para depois voltar ao leito? Vamos ver.
Pauta ruim
Campos resolveu se opor ao governo, por exemplo, no caso da MP dos Portos. Pois é… A gestão Dilma tem coisa ruim de doer, que merece combate. Não é, definitivamente, o caso da MP que tenta reestruturar o setor.
O governador está descontente com o texto porque pretende manter sob a gestão do estado o Porto de Suape, que ele considera eficiente. Ainda que fosse o melhor do Brasil, estaria muito longe da excelência alcançada em alguns países. E aí o governador resolveu se juntar ao deputado Paulinho da Força, do PDT, para combater a MP. Ainda que ambos tenham interesses diversos, o procedimento não é bom.
No Ranking da Qualidade dos Portos, que inclui 142 países, o Brasil está em 130º. É escandaloso! Ainda voltarei a este tema. Paulinho está falando em nome dos interesses corporativos de sindicatos ligados à entidade que lidera, a Força Sindical. Empresários hoje concessionários também resolveram se organizar contra o texto. Trata-se, assim, da soma de vários atrasos e interesses privados. Lamento dizer, mas é uma pauta contra o país.
Já disse que torço muito para que Campos rache o condomínio que está no poder. Mas nem tudo o que não é PT é bom. No caso dos portos, por exemplo, o governador de Pernambuco, em razão de uma questão regional, resolveu se aliar ao lado ruim da força. Segundo sei, ele quer ser presidente do Brasil, não presidente de Pernambuco. Tem de levar seus horizontes além do Porto de Suape.