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Brasil foi mais perigoso, mas México jogou melhor. Isso só é possível no futebol. Ou: Cartesiano até certo ponto

Todos, ou quase, acabamos de ver o jogo entre as seleções do Brasil e do México. O futebol é apaixonante, entre outras razões, porque não é justo. Não é que a injustiça seja apreciável. É que, a começar da etimologia, a palavra “justiça” remete à ideia de equilíbrio e, por associação, de razão. Um bom […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h39 - Publicado em 17 jun 2014, 19h40
Guillermo Ochoa: ele foi o nome do jogo: impediu três gols do Brasil que pareciam certos

Guillermo Ochoa: ele foi o nome do jogo: impediu três gols do Brasil que pareciam certos

Todos, ou quase, acabamos de ver o jogo entre as seleções do Brasil e do México. O futebol é apaixonante, entre outras razões, porque não é justo. Não é que a injustiça seja apreciável. É que, a começar da etimologia, a palavra “justiça” remete à ideia de equilíbrio e, por associação, de razão. Um bom técnico cerca todas as margens de erro, que podem ser atravessadas, no entanto, pelo talento individual, por uma sutileza qualquer que desarranja a equação. Assim, juízos sobre partidas de futebol são quase sempre inaplicáveis a outros campos do saber — e isso vale até para outros esportes. Na maioria deles, com efeito, o melhor vence.

Então vamos a uma particularidade do jogo de hoje. Júlio César fez uma única defesa de média dificuldade. Guillermo Ochoa, o goleiro mexicano, defendeu três bolas que pareciam impossíveis: cabeçadas de Thiago Silva e Neymar e um chute do atacante brasileiro. Nesse quesito, portanto, 3 a 1 para o Brasil num jogo que terminou zero a zero. Logo, logo… nada! O México jogou melhor — muito melhor! — do que o Brasil. É que não conta com jogadores com o mesmo talento e, só por isso, ameaçou menos Júlio César. Nota: muito se falou do “reflexo” de Ochoa no jogo. Pode ser. Esse tem mesmo de ser um atributo de um grande goleiro. Mas que se registre: ele estava em todas as bolas, sempre. Não o vi vendido num único lance. Adiante.

Era possível perceber que o México tinha um jogo, tinha uma tática, estava pensando a disputa. Fiz esta mesma pergunta na partida contra a Croácia: o que tem planejado a nossa Seleção para surpreender ou encurralar adversários? A resposta tem seis letras: Neymar. E só! Ocorre que, como escreveu o poeta João Cabral de Melo Neto, que adorava futebol, “um galo sozinho não tece uma manhã”. Cristiano Ronaldo, por exemplo, sabe disso. É fato que o Brasil não tomou uma sacola do adversário, mas o México não é a Alemanha, embora seja verdade que o nosso time é muito melhor do que o de Portugal.

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Está dito lá no primeiro parágrafo: tudo pode acontecer, inclusive o Brasil ser campeão. Mas já vimos Alemanha, Itália, Inglaterra (que perdeu) e Holanda com um volume de jogo escandalosamente maior do que o da Seleção de Felipão — que também se perdeu nesta terça-feira. Não tendo mais o que fazer, esgotados as substituições e seu repertório de correções de rumo, resolveu pôr o agasalho no calor forte de Fortaleza. Confessou à reportagem da Globo que era o seu “amuleto”. Um amuleto que garantiu o empate com o México!!! Sem ele e com mais técnica, talvez o Brasil tivesse vencido, sei lá…

Não estivesse Ochoa numa tarde inspiradíssima, teríamos um três a zero e não perceberíamos com tanta clareza como a Seleção jogou mal. No esporte em que tudo pode acontecer, é possível vencer os times que listei acima. Mas terá de ser na base do lance individual, do brilho fortuito, do inesperado.

A Seleção que enfrentou a Croácia e o México não tem condições de ser campeã do mundo. “Ah, mas pode ser…” Claro que sim! O futebol é cartesiano até a hora em que deixa de ser.

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