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Black bloc se apresenta e é indiciado. Em entrevista, agora sem máscara, ele diz que achou o rojão no chão e nem sabia o que era… Versão vale uma nota de R$ 3. Um trabalhador está à beira da morte em razão de tanta inocência

Fábio Raposo Barbosa, 22 anos, estudante de contabilidade e tatuador, foi indiciado pela polícia do Rio como coautor na tentativa de homicídio do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Ele se apresentou depois de ter sido identificado num vídeo que registra o momento em que ele passa a um outro rapaz o morteiro que acabou […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h29 - Publicado em 8 fev 2014, 17h28
Fábio Raposo: agora sem máscara, o black bloc conta uma historia que vale uma nota de R 3 (Imagem extraída de vídeo da GloboNews)

Fábio Raposo: agora sem máscara, o black bloc conta uma historia que vale uma nota de R$ 3 (Imagem extraída de vídeo da GloboNews)

Fábio Raposo Barbosa, 22 anos, estudante de contabilidade e tatuador, foi indiciado pela polícia do Rio como coautor na tentativa de homicídio do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Ele se apresentou depois de ter sido identificado num vídeo que registra o momento em que ele passa a um outro rapaz o morteiro que acabou atingindo Santiago — que segue em coma no hospital Souza Aguiar.

Pois é…

O anjinho, agora de cara limpa, sem máscara, concede uma entrevista à GloboNews. Certamente já falou com advogados. É um direito dele. A propósito: a seção da OAB-Rio não vai sair em sua defesa, já que virou babá de black bloc?  É mesmo um santo. Acho que devemos iniciar um movimento para canonizá-lo. A sua história vale uma nota de R$ 3. Em suma, diz ele, achou o rojão no chão e entregou ao outro. Não tinha nada com aquilo. Ele é um black bloc, mas diz que não sai às ruas para quebrar nada ou atacar policiais, entenderam?

Ele chama a imprensa de “as mídias”… Então tá.

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O trecho mais, digamos, significativo de sua fala é este:
“Logo que eu cheguei, houve um corre-corre. Fui até lá para ver o que tinha acontecido. Estava tendo um confronto entre manifestantes e alguns policiais militares. Daí, jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo próximo a mim. Eu coloquei a minha máscara de gás, que é mais para minha proteção mesmo, porque machuca o peito e arde o rosto, e foi isso. Eu cheguei, fui até lá, vi que estava tendo um confronto entre a polícia e os manifestantes. Nesse corre-corre, vi que um rapaz correndo deixou uma bomba cair. Uma bomba, não sei o que é, um negócio preto assim. Daí, eu peguei e fiquei com ela na mão. Esse outro cara veio e falou para mim: ‘Passa aí para mim, que eu vou e jogo. Eu vou e jogo’. Eu peguei e passei para ele. Foi só isso mesmo”.

Como vocês podem ver, tudo simples, objetivo e crível. É uma pena que um homem esteja à beira da morte por conta de tanta inocência. Se Raposo fosse jagunço, repetiria a máxima de que ele só atira, mas quem mata é Deus.

Ah, sim: ele é black bloc e vai para as manifestações com uma máscara contra gases, mas não sabe identificar um rojão. Leiam:
“Foi um acaso mesmo, de ver o negócio no chão, pegar para tentar devolver, achando que era algum pertence de alguém, mas infelizmente era uma bomba e ele acendeu de uma forma que foi em cima do repórter”.
Mas ele acredita também na boa intenção do outro:
“Acredito que ele não tenha feito por mal. Acredito que foi um acaso de ele estar filmando, os cinegrafistas ficam no meio do fogo cruzado..

Vejam a entrevista inteira se tiverem estômago. Esses ditos “manifestantes” falam em “fogo cruzado” como se dissessem que hoje é sábado; como se tivessem o direito de sair por aí atacando a polícia; como se houvesse um confronto entre duas forças legítimas. Errado! A única força legitimada pela democracia é a polícia; o outro lado é banditismo.

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E a gente nota que ele também lamenta que o cinegrafista tenha sido atingido. Em nenhum momento deixa claro que seria igualmente grave se o artefato tivesse ferido um policial — e esse era o objetivo.

É claro que alguém ainda sairia muito machucado dessa história. Infelizmente, foi um trabalhador, que estava lá ganhando o pão de cada dia, e não um dos vagabundos que promovem a arruaça. É isso!

 

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