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As bobagens monumentais de Marcelo Freixo, o novo queridinho dos socialistas de Copacabana, Ipanema e Leblon

Com quem eu me identifico na disputa eleitoral do Rio? Responderei como Umberto Eco quando indagado com qual personagem de “O Nome da Rosa” ele mais se identificava: “Com os advérbios”. Por que isso? Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida. Por Alfredo Junqueira: Ao ser oficializado como candidato do PSOL à […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h39 - Publicado em 11 jun 2012, 20h49

Com quem eu me identifico na disputa eleitoral do Rio? Responderei como Umberto Eco quando indagado com qual personagem de “O Nome da Rosa” ele mais se identificava: “Com os advérbios”. Por que isso? Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida.

Por Alfredo Junqueira:
Ao ser oficializado como candidato do PSOL à Prefeitura do Rio em convenção realizada nesta segunda, o deputado estadual e ex-presidente da CPI das Milícias, Marcelo Freixo, anunciou que pretende fazer de sua campanha uma espécie de versão carioca da Primavera Árabe. Para isso, disse contar com a participação da juventude, artistas e movimentos sociais, além do uso das redes sociais para tentar chegar ao segundo turno.

Com apoio formal apenas do pequeno PCB, pouco tempo de televisão e estrutura limitada, o parlamentar afirmou que não aceita fazer “alianças espúrias” na campanha – em referência ao fato do prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), liderar coligação com 18 partidos. Em vários momentos, Freixo e seus aliados repetiram que a candidatura buscava alianças com a sociedade.

O desgaste provocado pela divulgação de fotos que mostraram a proximidade do governador Sérgio Cabral (PMDB) – padrinho político de Paes – com o dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, potencial alvo da CPI do Cachoeira no Congresso Nacional, é outro tema que Freixo pretende explorar na campanha.

“A Primavera Árabe mexeu com toda a estrutura de poder no mundo árabe e teve uma influência muito grande das redes sociais. Essa primavera carioca pode ser diferente, com a grande participação da juventude, que está indignada e que consegue ver na nossa candidatura uma luz e um espaço de esperança”, explicou Freixo. “Nossa campanha será de rua e de rede. E vai desafiar toda essa estrutura corrupta que deixa os cidadãos profundamente indignados. Mas pouca vezes essa indignação se transforma numa atitude concreta. Agora chegou a hora”, disse o candidato do PSOL.

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Ao lado dos três deputados federais do partido, de seu candidato a vice, o músico Marcelo Yuka, e do ator Wagner Moura, Freixo também disse que não pretende contar com o apoio sequer num eventual segundo turno de outros partidos que fazem oposição a Paes, como o DEM e o PR, que lançaram chapa com o deputado federal Rodrigo Maia e a estadual Clarissa Garotinho – filhos do ex-prefeito Cesar Maia e do ex-governador Anthony Garotinho, respectivamente.

Durante a convenção, foram lidas cartas de apoio de outros artistas, como Caetano Veloso e Ivan Lins, e de apoiadores históricos das campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o escritor e frade dominicano Frei Betto e o teólogo Leonardo Boff.

Voltei
Como? Frei Betto, o amigo de tiranos, está dentro? Então eu estou fora! Leonardo Boff, aquele da teologia da galinha, está dentro? Então eu estou fora! Só isso, para mim, bastaria. Mas há muito mais. Freixo, definitivamente, não sabe o que diz ao comparar a eleição no Rio à Primavera Árabe. É um estultice. Está se referindo a países que eram verdadeiras tiranias e que passaram a ser, agora, ditaduras comandadas pelo vitoriosos de turno. Vá perguntar, por exemplo, se as mulheres egípcias têm mais liberdade hoje ou no governo de Mubarak. A comparação indica que ele não sabe nada nem da “Primavera Árabe” nem, lamento!, da democracia brasileira.

Critiquei acerbamente uma fala do prefeito Eduardo Paes num encontro da Juventude Socialista. E criticarei quantas vezes ele ou outro qualquer passem a mão na cabeça de gente que não cuida direito do dinheiro público. Isso não significa que qualquer alternativa a Paes é boa. O segredo de aborrecer é dizer tudo — sobre Paes, Freixo ou qualquer outro.

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Vejam ali. O rapaz diz que, se chegar ao segundo turno, não pretende ter o apoio de outros eventuais derrotados na disputa porque não quer saber do que seriam alianças espúrias… Aliança só com o povo! Huuummm… Digam-me um só ditador que não tenha tido essa idéia primeiro. Duvido que seu pleito dê certo. Se desse, estaria pedindo licença, então, ou para ser um ditador municipal — o que não conseguiria, por óbvio — ou para conduzir a cidade ao caos em razão da paralisia. Ou Freixo acha que é possível governar a cidade contra a Câmara dos Vereadores, por exemplo? O que ele pretenderia? Manter o Rio em assembleia permanente?

Mas esse é o PSOL, o partido que achou que Heloísa Helena era burguesa demais para continuar nos seus quadros e que já começou a enroscar com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) porque excessivamente apegado a questões institucionais, entendem? É o partido que ajudou a parar São Paulo na tresloucada greve do metrô e que mantém o DCE da USP com uma agenda do século 19.

Não duvido que tenha o apoio dos “artistas”. Freixo foi cantado em prosa e verso no “Tropa de Elite 2″, aquele filme que conseguiu descaracterizar o que o tinha de bom o “1”. Nem sempre essas almas sensíveis conseguem separar ficção de realidade. Wagner Moura mesmo parece se considerar o Capitão Nascimento da moralidade pública… Qualquer um que tenha uma intimidade mínima com as ideias políticas percebe o fundamento autoritário das teses de Freixo, o herói socialista de Copacabana, Ipanema e Leblon. A sua atuação considerada meritória na CPI das Milícias — não conheço o assunto no detalhe, mas dou de barato que seja verdade — não lhe dá o direito de falar essas bobagens sem contestação, como se estivesse produzindo iluminismo.

Nem tudo o que não é a Turma do Guardanapo é coisa boa. “Ah, é, Reinaldo? Então com quem você se identifica no Rio?”

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Com os advérbios!

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