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Após demissão de neto de Sarney, mãe herdou vaga. E isto também não é uma piada. Quer dizer, é

Por Rodrigo Rangel, no Estadão: Um dia após a revelação de que um neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passou 18 meses pendurado na folha de pagamento do Senado como funcionário do gabinete de um senador amigo da família, eis que surge mais uma polêmica. Assim que o garoto foi demitido, em razão […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h28 - Publicado em 11 jun 2009, 07h59

Por Rodrigo Rangel, no Estadão:

Um dia após a revelação de que um neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passou 18 meses pendurado na folha de pagamento do Senado como funcionário do gabinete de um senador amigo da família, eis que surge mais uma polêmica. Assim que o garoto foi demitido, em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu o nepotismo no poder público, a mãe dele foi contratada – para o mesmo cargo, no mesmo gabinete, e com o mesmo salário.

A nomeação do estudante João Fernando Michels Gonçalves Sarney foi revelada na edição de ontem do Estado. O caso veio a público graças ao surgimento de 300 boletins secretos em que parentes e amigos de senadores eram nomeados para cargos no Senado sem que seus nomes aparecessem em publicações oficiais. A demissão do garoto foi publicada num desses boletins, o que, à época, permitiu que a contratação passasse despercebida. João Fernando, de 22 anos, é filho do empresário Fernando Sarney, primogênito do senador. Nasceu de um relacionamento do empresário com a ex-candidata a Miss Brasília Rosângela Terezinha Michels Gonçalves.

Em 2 de outubro passado, ele teve de ser exonerado. Como não pôde ficar no posto, sob pena de o Senado estar descumprindo a ordem do Supremo, apelou-se para uma solução literalmente caseira. João Fernando deixou de receber o salário, mas o contracheque continuou a chegar em sua casa. Desta vez, em nome de sua mãe. Vinte dias após a exoneração do neto de Sarney, a mãe dele foi contratada como secretária parlamentar do gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), aliado político do senador Sarney.

“Eu devia favores ao Fernando (Sarney, o filho do presidente do Senado). Ele me ajudou na campanha. Eu era brigado com o Sarney e ele me ajudou na minha eleição”, disse Cafeteira, ao se explicar. “Eu sabia que a nomeação do filho podia criar até um problema de família porque o João Fernando não é neto que transita na casa de Sarney”, emendou o senador. Perguntado pelo Estado sobre a razão pela qual a contratação do jovem representava um favor, ele desconversou. “É filho fora do casamento, e a mulher do Fernando não sabia.”

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Indagado se a contratação seria uma maneira heterodoxa de conceder pensão ao jovem à custa do Senado, Cafeteira se irritou. “Eu contrato quem eu quero e não sabia que tinha que pedir autorização de vocês da imprensa.” O senador disse que Sarney não sabia da nomeação do neto.

Sobre o fato de a exoneração ter sido feita por meio de boletim secreto, respondeu que essa pergunta deveria ser feita ao então presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Garibaldi disse que nem sabia da existência do boletim.

Fantasma
Cafeteira negou que o jovem fosse funcionário fantasma. Na véspera, uma funcionária do senador disse ao Estado não conhecer nenhum João Fernando que tenha trabalhado no gabinete. Sobre a contratação da mãe do garoto, o senador não quis se estender. “Eu a convidei. Quem resolve quem trabalha no meu gabinete sou eu.” Procurada, Rosângela não respondeu às ligações do Estado.

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