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A Receita como casa-da-mãe-Dilma: pessoal, tem explicação nova na praça

Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida: Analista que acessou IR de Eduardo Jorge diz que procurava homônimo O analista tributário Gilberto Souza Amarante, suspeito de acessar indevidamente o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, classificou como um engano o acesso ao dados do dirigente tucano. Em coletiva na tarde […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h19 - Publicado em 6 set 2010, 19h27

Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida:
Analista que acessou IR de Eduardo Jorge diz que procurava homônimo

O analista tributário Gilberto Souza Amarante, suspeito de acessar indevidamente o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, classificou como um engano o acesso ao dados do dirigente tucano. Em coletiva na tarde desta segunda-feira, 6, Amarante justificou o erro afirmando haver diversos homônimos com o nome Eduardo Jorge, e que o objetivo seria acessar os dados de outro contribuinte.

“O acesso foi feito durante o horário de expediente, no atendimento. Há vários casos de homônimos com esse nome, Eduardo Jorge. A nossa base é nacional”, disse. O analista, que trabalha para Receita Federal no interior de Minas Gerais, usou como álibi de suas intenções o fato de o acesso ter durado menos de um minuto. “O que é factível é que houve um homônimo e esse acesso durou apenas 41 segundos, conforme relatório a que vocês tiveram acesso”, justificou.

Amarante procurou desmentir a versão de que foram feitos dez acessos aos dados de Eduardo Jorge. Na versão do analista, apenas um acesso, de 41 segundos, chegou a ser feito. Segundo ele, os dez registros identificados pelo relatório do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) obtido pelo Estado identificam as mudanças de páginas feitas em um único acesso. “É bom que fique claro. Não foram dez acessos, e sim um acesso só de 41 segundos.”

Pressionado a explicar o porque do acesso ao cadastro de EJ, o analista afirmou não lembrar o que o motivou, e insistiu na versão de que fez a consulta como parte de um procedimento rotineiro.

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O analista, que é filiado ao PT de Arcos, no interior de Minas, esquivou-se das suspeitas de que teria intenções políticos argumentando ter tido acesso apenas a dados cadastrais de EJ. “Foi acessado uma base cadastral. Não foi acessado nenhum tipo de dado fiscal”, afirmou. O cadastro traria apenas informações como o nome e o telefone do contribuinte.

Segundo Amarante, o acesso aos dados cadastrais seriam para identificar se o dono do cadastro era a pessoa pela qual o analista estava procurando. “Há 17 anos eu faço este tipo de acesso dezenas de vezes por dia”, afirmou.

Filiação
Sobre o fato de ser filiado ao PT, Amarante utilizou a mesma versão usada por dirigentes petistas para descartar motivações políticas para os acesos. Ou seja: o fato de estar cadastrado nas fileiras da legenda não significa que ela seja um militante do ativo do partido.

“Quanto à filiação partidária é bom a gente desfazer um outro equívoco. É bom frisar que filiação partidária não se confunde com militância partidária. Nunca tive nenhum tipo de militância partidária”, disse. Amarante afirma não lembrar quem abonou sua filiação, mas admite ter sido convidado a aderir à legenda por uma pessoa identificada como Dorinho, que seria o ex-presidente do PT de Arcos. “Foi feita a filiação, mais uma reunião talvez, e nesses nove anos acabou a minha participação.”

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Comento
Sugeri num texto publicado na manhã de hoje que o PT deve trocar o seu símbolo: em vez da estrela, um jabuti em cima de uma árvore. É incrível como os acontecimentos mais insólitos vão se sucedendo na legenda. Quis o destino, só pode ser, que um militante do PT acessasse num posto da Receita de Minas os dados justamente de Eduardo Jorge Caldas Pereira, uma espécie de top hit do petismo em matéria de quebra de sigilo. E como isso aconteceu? Ele buscava um homônimo!

Então ficamos assim: na Receita de Mauá, era aquela bagunça, senha compartilhada para todo lado e suspeita de venda de dados; no caso de Verônica Serra, o contador petista foi vítima de alguém que lhe entregou uma procuração falsa, e a funcionária, coitada!, que não é perita criminal, foi longo entregando o que lhe pediam. Agora, no caso da Receita de Minas, o analista, também petista — e quem disse que jabuti não sobe em árvore? — procurava um homônimo de ninguém menos do que Eduardo Jorge Caldas Pereira.

Vai ver o petismo se acostumou de tal sorte a essa prática de escarafunchar a vida alheia que mesmo a cadeia de acidentalidades acaba confluindo sempre para a mesma coisa: quebra do sigilo alheio — quer dizer, de pessoas ligadas à oposição. E isso não é tudo.

Notem que, do modo como as coisas caminham, será preciso oficializar o fim do sigilo. Afinal, não será possível instalar um perito criminal para averiguar a veracidade de procurações em cada posto da Receita, certo? Um analista sempre poderá dizer que sua senha foi usada indevidamente, e outro, que procurava um homônimo. Coroando a farra, temos o chefe deles todos, Guido Mantega, a afirmar que nenhum sistema é plenamente seguro.

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O que diziam mesmo aqueles subintelectuais candidatos a áulicos do regime? “É a nova era democrática!”.

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