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A festa acabou, Dilma!

Se, como querem os petistas, esquerdistas e colunistas da sinistra, tudo se limitasse à compra e à venda de votos, os defensores do impeachment estariam malhando em ferro frio. Afinal, Michel Temer é uma promessa de poder, e Lula, tendo Dilma como seu boneco de mamulengo, é o poder “de facto”

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h01 - Publicado em 14 abr 2016, 04h33

O governo tem clareza do que está em curso. Sabe que suas forças estão desertando. A imprensa escolhe um nome ruim para designar este momento: “efeito manada”. Não gosto. É como se os deputados se movessem como gado, seguindo o fluxo. As coisas não são bem assim. Ainda que não pareça, as escolhas obedecem a uma ordem racional que vai um pouquinho além do mundo das trocas, por mais que haja comportamentos detestáveis no Parlamento. Pretendo demonstrar o que digo.

Se, como querem os petistas, esquerdistas e colunistas da sinistra, tudo se limitasse à compra e à venda de votos, os defensores do impeachment estariam malhando em ferro frio. Afinal, Michel Temer é uma promessa de poder, e Lula, tendo Dilma como seu boneco de mamulengo, é o poder “de facto”. Ainda que o atual vice-presidente também tivesse ido às compras, quem é que tem a caneta?

Ocorre que o governo Dilma é tão ruim que até o fisiologismo mais descarado se lembra de ter bons sentimentos. Também ele, numa interpretação muito pessoal da teoria dos jogos, percebe que o ganho momentâneo — cargos em penca — pode resultar num desastre. Negociantes, às vezes, fazem uma aposta de risco porque a manutenção do “statu quo” se mostra ainda mais perigosa.

E, meus caros, quando isso acontece, esqueçam: o governo acabou. Dilma e Lula sabem que nada mais pode ser feito a esta altura. Resta-lhes o núcleo de fiéis do PT, PCdoB e alguns gatos-pingados e pronto! Ainda que, num esforço final, o Planalto conseguisse operar um milagre, que futuro teria um governo que conquistasse, na base das trocas mais espúrias, uma minoria de ideológicos e venais? Quanto tempo duraria esse arranjo?

Há deputados que ficaram ciscando pra lá e pra cá, sem saber o que fazer? Há, sim. O sistema, como está erigido, permite isso. Há nomes que constam tanto da lista dos que são contra o impeachment como da dos que estão a favor? É claro que sim! Dados os poderes quase imperiais de um presidente da República no Brasil, é claro que o parlamentar mais suscetível tem receio. Espera um tantinho para saber de que lado sopra o vento. E o vento, hoje, sopra contra Dilma.

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A arrogância e a estridência dos últimos dias renderam aos petistas um efeito contrário ao esperado. Uma presidente que grita em pleno Palácio do Planalto que estão querendo lhe dar um golpe anuncia algo muito sério. O que ela chama “golpe”, que é seu impedimento, só pode se dar por vontade dos parlamentares, que, então, seriam os golpistas. É evidente que se trata de uma fala desesperada, típica de quem já chegou ao fim da linha. Até porque, nessa perspectiva, também o Supremo Tribunal Federal teria de estar alinhado com o golpismo.

Tenho a impressão de que Dilma e os que a cercam já têm consciência de que a única coisa a fazer é organizar as condições da retirada. Dilma andou tendo delírios, sonhando com militares entrando no Palácio para tirá-la de lá na marra, como se juntasse as duas pontas da história.

Aquele país que prendeu uma militante de uma organização terrorista e a submeteu a sevícias não existe mais. Os procuradores daquele estado de coisas estão todos mortos. Mas, infelizmente, ainda resiste, como uma doença da alma, os que rejeitam os fundamentos da democracia e os tomam como um golpe.

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