‘Vício não contribui para a economia’, diz Malafaia sobre volta do jogo
Pastor reagiu ao debate sobre a legalização de cassinos; centrão é um dos patrocinadores da discussão como forma de trazer mais receitas para o governo

O pastor Silas Malafaia foi uma das lideranças evangélicas que reagiu negativamente à volta ao debate no Congresso sobre a legalização do jogo de azar e a retomada dos cassinos no país, proibidos desde 1946. Ele afirmou ser “peremptoriamente contra” a proposta.
Conforme Veja mostrou na edição que está nas bancas, o governo, que não tocou no assunto ainda por conta de sua extensa base religiosa, passou a cogitar a possibilidade mais recentemente.
O motivo da ideia, patrocinada pelo centrão de Ciro Nogueira, o ministro-chefe da Casa Civil, seria uma forma de criar mais uma fonte de receita para o governo, dado que a possibilidade de apagão energético e o clima permanente de embate institucional vão atrasar a retomada da economia.
Diante do quadro de crise, algumas lideranças evangélicas teriam, inclusive, aberto mão das críticas aos jogos de azar por ora. Não é o caso, contudo, de Malafaia, que diz que o “vício em jogo” não tem o condão de gerar receitas como se espera, já que o investimento público em saúde para tratar as pessoas que venham a sofrer dele será muito maior.
“É igual ao cigarro. Levaram anos para entender que o imposto do cigarro não cobre os custos dele para a sociedade”, disse. Para o pastor, nem a meca das apostas está livre dos efeitos colaterais da indústria dos jogos de azar. “Dizer que jogo pode reduzir a crise econômica é uma piada. Vai à periferia de Las Vegas para ver a destruição de famílias e de gente, o custo social disso”, afirmou.
Malafaia se disse convicto de que o saldo seria negativo e afirmou que a volta dos cassinos beneficiará apenas donos de negócios escusos. “Desde quando o vício contribui para a economia do país?”, questionou. “Esse mercado vai ser uma lavanderia de dinheiro de tráfico e de tudo o que é ilícito, isso sim”.