Suplente não desapega de imóvel funcional e é alvo de novo “despejo”
Paes Landim, denunciado na Lava Jato com o apelido de "decrépito" pelos delatores, foi notificado pela Câmara
O deputado federal Paes Landim (PTB-PI), neste momento na suplência, é um reincidente alvo de “despejo” na Câmara. Não desapega do apartamento funcional. Pelo segundo ano consecutivo Landim é intimado a deixar o imóvel porque está fora do mandato. Mas ele resiste. No ano passado, foi a mesma ladainha.
Deputado por oito mandatos consecutivos, Landim ficou na suplência em 2018. Assumiu o mandato interinamente duas vezes. A segunda foi entre 5 de novembro de 2019 até 12 de junho deste ano. Quase três meses depois de encerrado essa interinidade, ele ainda permanece no imóvel que não é dele. Pertence ao erário.
Landim tinha até 11 de julho para desocupar. Como não o fez, foi notificado pela primeira vez pela 4ª Secretaria da Câmara em 31 de julho para entregar o apartamento. A segunda notificação chegará em breve para ele, até o final do mês.
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Clique e AssineSe resistir por mais 30 dias, será alvo de uma ação judicial de reintegração de posse movida pela Advocacia-Geral da União (AGU). Ele argumenta que não entrega o apartamento por estar sempre na iminência de assumir o mandato.
O deputado foi alvo da Lava Jato. Numa delação, dirigentes da Odebrecht revelaram que repassaram R$ 100 mil para sua campanha em 2010, dinheiro não declarado. Seu apelido na lista da empreiteira era “decrépito”. No STF, Edson Fachin pediu a extinção de punição para ele por ter mais de 80 anos.
ATUALIZAÇÃO, 12H50 — Paes Landim entrou em contato com o Radar para fazer o seguinte esclarecimento: “Quando fiquei no apartamento, onde vivo há mais de 34 anos, no curto período sem mandato, foi pago rigorosamente, dentro das instruções da Câmara. Encontro-me dentro do tempo determinado pela Quarta Secretaria da Câmara e efetuarei o pagamento nas condições estipuladas pela mesma. Fui absolvido do processo do Lava Jato em razão do parecer favorável do Ministério Público que não encontrou nada ilícito na minha conduta pública. A Relatora no Supremo Tribunal Federal foi a senhora Ministra Rosa Weber”.