Sucessão de Bolsonaro deve ser discutida só em 2022, defende Pacheco
'Conseguimos politizar vacina, leito de UTI e oxigênio no Brasil. Isso é muito ruim. Essa politização não podemos permitir que aconteça mais', diz
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco participou na manhã desta segunda de uma conversa com 300 investidores estrangeiros e brasileiros reunidos pelo FMI.
No papo, o chefe do Congresso foi questionado sobre as articulações dos partidos para 2022 e o fato de o DEM, legenda de Pacheco, lançar o nome de Luiz Henrique Mandetta nessa pré-temporada eleitoral foi citado na pergunta. Pacheco já havia abordado a questão nas Páginas Amarelas de VEJA, em entrevista ao editor executivo Daniel Pereira.
Na reunião com o FMI ele reforçou. “Sou filiado ao DEM, respeito (o lançamento do nome de Mandetta), mas não tomarei parte disso (negociações dos partidos em torno de nomes para a disputa presidencial). Vamos cuidar da pandemia, dos projetos estruturantes para sairmos da crise no pós-pandemia e acho que 2022 deve ser discutido unicamente em 2022. Não podemos antecipar isso”, disse Pacheco.
Para o presidente do Senado, as disputas políticas que surgirão por causa da corrida presidencial precisam ser colocadas de lado para não contaminarem o trabalho em curso no combate à pandemia.
“Tenho tido muita cautela para tratar de processo eleitoral de 2022, até pelo momento em que estamos vivendo na pandemia. Conseguimos politizar vacina, leito de UTI e oxigênio no Brasil. Isso é muito ruim. Essa politização é algo que não podemos permitir que aconteça mais”, disse Pacheco.
O presidente do Senado, como o Radar já mostrou, é lembrado por empresários como uma figura que pode ter relevo na disputa presidencial. Mas, como condutor dos trabalhos de combate à pandemia no Legislativo, ele evitará entrar no debate eleitoral partidário. “Nesse momento, meu partido político único é o Brasil e o enfrentamento da pandemia”, disse Pacheco.
O foco é no combate ao vírus e na vacinação: “Não tenho tido nenhum comentário nem de pré-candidatura do meu partido nem de reeleição de Bolsonaro ou de possibilidade de eleição do ex-presidente Lula. Tenho buscado me abster realmente de fazer esse tipo de comentário para evitar politização de índole eleitoral em qualquer iniciativa que nós tomarmos. Esse é o cuidado que tenho que ter, que é justo com o Brasil e decente com os brasileiros”.