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Só Bolsonaro e Damares podem ‘garantir meus direitos’, diz Sara Winter

Ativista que fez ameaças ao STF está há 117 dias vivendo com restrições judiciais, mas não se arrepende: 'não só faria de novo, como faria ainda melhor'

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 out 2020, 08h41 - Publicado em 8 out 2020, 06h15

A extremista Sara Winter, que há 117 dias cumpre medidas restritivas com tornozeleira eletrônica, ressurgiu essa semana em vídeos com surpreendentes ataques e críticas ao presidente Jair Bolsonaro e à ministra Damares Alves, com quem trabalhou no ministério.

Dada à situação que vive, diz ter vontade de gritar, mas não pode mais contar com nenhum dos dois. A extremista responde a um inquérito no STF, já foi presa e sua casa, alvo de busca e apreensão. Ao Radar, afirmou — por escrito — que esses acontecimentos agravaram seu quadro de depressão.

Num tom mais cauteloso que o exibido nas redes, a ex-líder do “300 do Brasil”, o acampamento que foi desmontado pela polícia após promover confusão na frente do STF e fazer ameaças a ministros da Corte, afirmou ainda apoiar Bolsonaro, com direito a críticas, mas diz que seus direitos estão nas mãos dele e de Damares. O vídeo batendo no capitão foi para chamar a atenção da dupla, um pedido de socorro.

“Não acredito em abandono (de Bolsonaro e Damares), uma vez que não tenho vínculos institucionais com nenhum deles. Independentemente de quaisquer situações é necessário que eu tenha meus direitos humanos e fundamentais garantidos e entendo que tais figuras (Bolsonaro e Damares) são essenciais para isso, uma vez que a pauta de encarceramento e violação de direitos é da competência do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Enviamos um ofício para o ministério no dia 17 de junho e até a data de hoje não foi sequer respondido”, diz a extremista.

Sara se compara a um “preso político”, sem direito a contato com parentes, não pôde se casar no religioso, viu-se impedida de ir ao aniversário do filho e segue sem acesso às redes sociais — o principal motor dos crimes imputados a ela pelo STF.

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“Na verdade, não estou em prisão domiciliar, pois jamais recaiu sobre mim uma sentença penal condenatória transitada em julgado, ou seja: não cometi crime, não fui julgada e tampouco sentenciada. No entanto, mesmo ser estar em prisão domiciliar propriamente dita, as medidas cautelares utilizadas são semelhantes e por vezes até mais rigorosas, sendo a questão tratada por diversos juristas como ‘atípica'”.

Sobre os “300 do Brasil”, a ativista diz que o grupo organizou protestos não violentos e com respeito aos poderes constituídos e não promoveu atos antidemocráticos, ao contrário do que é acusada no STF. E de nada se arrepende:

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“Afirmo que não me arrependo e não só faria de novo, como faria ainda melhor. Nosso movimento trouxe uma esperança no coração de muitos brasileiros que não aceitam a forma como a democracia tem sido tratada nos últimos meses e desejam que o presidente democraticamente eleito possa governar”.

Sara postou nas suas redes sociais a identidade da menina de 10 anos vítima de um estupro no Espírito Santo e que foi alvo de uma perseguição por extremistas religiosos de direita, que tentaram impedir a interrupção de sua gravidez, assegurada pela lei. Ela negou contato com a ministra Damares, que defendeu a realização da cesárea na criança, na publicação:

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“A ministra Damares não me forneceu nenhum dado. Na verdade a hashtag com o primeiro nome da menina já estava subindo no Twitter, bem como o endereço do hospital. Já haviam católicos rezando o terço na frente do hospital e eu apenas pedi que as pessoas pudessem se reunir para rezar. Ou seja: não divulguei nenhum dado, eles já estavam sendo divulgados por terceiros”.

 

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