Gilberto Kassab fica no governo pelo menos até segunda-feira. O ministro das Cidades comunicou pessoalmente nesta quarta-feira a Dilma Rousseff que seu partido, o PSD, dará pelo menos 30 de 38 votos a favor do impeachment.
Kassab conseguiu que a bancada não aprovasse um fechamento de questão pelo impeachment, ainda que indicasse formalmente o apoio majoritário à saída da presidente.
Dessa forma, o ministro acredita que mantém seu compromisso com Dilma e não passa a imagem de traidor na reta final de um governo que perde densidade dia a dia.
Também por isso ele não deixará o cargo nesta quinta ou na sexta. A aliados, disse que sair dois dias antes passaria a impressão de que abandona o navio às vésperas de ele afundar, o que seria mais deletério para sua imagem e para a sigla.
Diante do risco de que o apoio a Dilma até o final pese nos ombros dos candidatos do PSD nas eleições, Kassab acredita que o que valerá será a posição majoritária do partido no Congresso, e que é melhor responder a críticas por isso do que ser considerado oportunista por deixar o cargo na reta final.
Com tanta capacidade de acomodação do ministro há quem acredite, inclusive, que ele poderia permanecer num eventual governo Michel Temer, com quem, aliás, tem ótima relação.