Por que o Centrão não quer saber de adiar as eleições municipais
Grupo governa hoje 55% das cidades e deputados recebem a pressão dos "seus" prefeitos, que formam suas bases nos rincões do país
O Centrão resiste e com força na Câmara ao adiamento das eleições municipais de outubro para novembro. E a pressão vem de baixo, das pequenas prefeituras no interior do país, que dão sustentação política aos deputados. No Congresso, é comum ouvir parlamentar falar em “meus prefeitos”.
Seis partidos que integram o Centrão – PSD, PP, PL, DEM, PTB e MDB – comandam 55% das 5.568 Prefeituras do país, informam os dados oficiais.
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Clique e AssineConsiderando o ano da última eleição, em 2016, temos: MDB (1.042 prefeitos), PSD (543), PP (497), PR, hoje PL (299), DEM (267), PTB (265) e PRB, hoje Republicanos (106).
O Senado aprovou ontem em dois turnos a PEC que altera de 4 de outubro para 15 de novembro o primeiro turno das eleições. São 40 dias de diferença que, para os atuais prefeitos que buscam a reeleição, podem fazer a diferença contra eles. Até outubro, acreditam, a Covid-19 ainda será um dos temas candentes, e as mazelas dos gestores estarão encobertas.
O segundo turno mudou de 25 de outubro para 29 de novembro.
A favor da mudança, Rodrigo Maia será testado nessa votação. O PSL, base do governo, é contra a mudança.
Para aprovar a proposta na Câmara, serão necessários 308 votos (3/5 do total).