Palocci: 3,8 milhões de reais pagos a Gleisi Hoffmann
Documento obtido pelo Radar confere, pela primeira vez, contornos concretos à principal frente da delação do ex-ministro
No anexo 12 de sua delação, Antonio Palocci revela que a atual presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, recebeu, de três empreiteiras, a quantia de 3,8 milhões de reais na campanha de 2010, quando se elegeu senadora pelo Paraná.
Como VEJA revelou em 2017, quando o ministro ainda negociava uma possível delação com a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, a empreiteira Camargo Corrêa repassou 1 milhão de reais a Gleisi como parte de um acordo para sepultar a Operação Castelo de Areia no STJ.
A Odebrecht repassou à petista 2 milhões de reais, via caixa dois, e a OAS, do empreiteiro Léo Pinheiro, pagou 800.000 reais.
É a primeira vez que um documento do Supremo confere contornos concretos à principal frente da delação do ex-ministro Antonio Palocci fechada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro Edson Fachin, chefe da Lava-Jato no STF.
A partir desse documento, descobre-se que o acordo firmado pelo ex-ministro no Supremo tem 23 anexos, que tratam de 12 políticos, entre ex-ministros de Estado, parlamentares e ex-parlamentares – além de grandes empresas.