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Os desafios do ministro da Saúde em sua primeira segunda-feira no cargo

Enquanto lida com a interferência presidencial, Nelson Teich precisará se familiarizar com os desafios continentais da máquina ministerial

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 abr 2020, 07h46 - Publicado em 20 abr 2020, 06h01

O Brasil deve superar com folga nesta segunda as 2.500 mortes pelo coronavírus. Há pouco mais de um mês, nenhum brasileiro havia morrido pela doença. A jornada fúnebre brasileira caminha para repetir tragédias já vistas na Itália e nos Estados Unidos. A maioria dos hospitais de referência do país está saturando aos poucos, tamanha a velocidade com que as pessoas infectadas começam a chegar. É nesse cenário que o oncologista Nelson Teich baterá o ponto no Ministério da Saúde para a sua primeira segunda-feira de trabalho.

Teich tem a experiência do setor privado, sabe lidar com saúde e com economia – vide seu vídeo explicativo sobre como, na ausência de recursos, salva-se os novos e condena-se os velhos –, mas terá de enfrentar um desafio raro para profissionais de sucesso. Ele vai ter de fazer seu trabalho pedindo licença para Jair Bolsonaro, o chefe do Planalto que o nomeou ministro, não para comandar a frente de batalha contra o vírus de acordo com seus conhecimentos, mas para garantir que a tropa, no front, respeite as ordens presidenciais, não a ciência e o que é feito no planeta contra a doença.

É essa completa falta de autonomia o desafio maior de Teich. Ele precisa montar uma equipe de quadros científicos que consiga dar continuidade ao trabalho já feito pelos técnicos da gestão de Luiz Henrique Mandetta, mas quem escolherá seu braço-direito e seus demais secretários será Bolsonaro, que já deu ampla demonstração de desprezo aos universos técnico e científico. Não é necessário ser especialista em gestão para imaginar probabilidade de sucesso de tal modelo.

A primeira segunda de expediente de Teich será invadida pela pauta do domingo, quando Bolsonaro participou de um ato golpista na frente do Quartel General do Exército. O ministro vai ser questionado — se resolver conceder entrevista coletiva — sobre o comportamento do presidente e de seus adoradores. Auxiliares de Mandetta que ainda tocarão a transição com Teich, depois de tudo que já viram, ficaram impressionados com a postura presidencial. “O presidente nem deixou o novato respirar”, disse um técnico da pasta sobre a nova afronta a política de isolamento social na pandemia misturada com pitadas de chavismo.

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Depois de assumir sob a desconfiança geral da audiência que considerou uma irresponsabilidade a demissão de Mandetta, Teich precisará mostrar que tem talento para superar múltiplos desafios.

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O mais elementar deles, tomar pé da situação na máquina da Saúde enquanto as mortes avançam. Em português claro, trocar o pneu do carro com ele desgovernado na ribanceira. Além de conhecer os servidores e os setores de uma pasta de temas e problemas continentais, Teich precisará equilibrar sua relação com Bolsonaro, encontrar pessoas que topem a empreitada de figurar em sua equipe – com o aval presidencial, claro –, estabelecer pontes com governadores e estados, com prefeitos e capitais e outras cidades, conhecer o que já está sendo feito nos órgãos científicos… A lista não tem fim.

Em condições normais, já seria um desafio considerável. Com um vírus letal matando centenas diariamente e um presidente da República interferindo politicamente a todo momento… O ministro vai precisar de sorte. É bom que tenha, pelo bem do país.

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