O abismo que separa Bolsonaro do Supremo
Se tivesse dialogado antes com o tribunal, o presidente teria evitado o desgaste da decisão liminar contra sua MP

A derrota de Jair Bolsonaro no Supremo, a partir de uma liminar do ministro Luís Roberto Barroso que devolveu prerrogativas de demarcações de terras indígenas à Funai, mostra quão distante anda o Executivo dos integrantes da Corte do outro lado da Praça dos Três Poderes.
Barroso suspendeu a decisão do presidente com um argumento claro sobre separação de poderes. “A transferência da competência para a demarcação das terras indígenas foi igualmente rejeitada na atual sessão legislativa (do Congresso). Por conseguinte, o debate, quanto ao ponto, não pode ser reaberto por nova Medida Provisória”, disse Barroso.
Se tivesse dialogado com o tribunal antes – o presidente tem cada vez menos interlocutores na Corte –, Bolsonaro saberia do risco de derrota ao editar a nova MP.