Marta descarta candidatura e diz estudar apoio a Lula e Haddad em 2022
Hoje secretária de Ricardo Nunes (MDB), ex-senadora defende o nome do ex-presidente à disputa e afirma não ver possibilidade na terceira via
A pouco menos de um ano para as eleições que vão definir o novo presidente da República — e todas as configurações de poder subsequentes –, as peças do xadrez político já têm começado a se movimentar.
Marta Suplicy, atual secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, diz não enxergar a possibilidade de concretização da terceira via em 2022 e estuda um apoio ao ex-presidente Lula e ao candidato do PT na disputa ao governo do estado — ao que tudo indica, na figura de Fernando Haddad.
“O que mais agrega e que mais bagagem e experiência tem, é o Lula. Não dá pra comparar com o restante. São boas pessoas, têm boas qualidades, mas nenhum tem a estatura do Lula. E principalmente o fator agregador, porque o brasileiro não aguenta mais baixaria e radicalismo. Não vejo nenhuma possibilidade de terceira via e seria muito interessante que se começasse desde já a haver uma conversa sobre a governabilidade”, afirma a ex-senadora e ex-prefeita de São Paulo.
Integrante da gestão de Ricardo Nunes (MDB) na prefeitura, Marta tem focado sua atuação em projetos voltados à projeção internacional da cidade no contexto do desenvolvimento sustentável. Ela acaba de retornar de missão oficial na Espanha, onde participou da assembleia das cidades capitais íbero-americanas.
Na última terça, discursou, ainda, na COP-26 — a conferência sobre mudanças climáticas da ONU –, com críticas à agenda ambiental do governo Bolsonaro.
Apesar de deixar claro que não pretende disputar eleições e nem ter interesse em uma filiação partidária — após mais de três décadas no PT, Marta migrou para o MDB em 2015 e hoje não tem legenda –, Marta é cabo eleitoral poderoso em São Paulo, amparada sobretudo pelo seu legado como prefeita.
“Não estou me propondo mais a ter uma vida política tão ativa quanto já tive, mas sou uma pessoa da política. E me preocupo com os rumos do Brasil. O que posso fazer é, assim como apoiei o Bruno [Covas, eleito prefeito de São Paulo em 2020], é apoiar uma pessoa que acho melhor, mas não partidariamente.”