Investigados queriam abusar de direitos contra a democracia, diz Moraes
Segundo o ministro do STF, os bolsonaristas ignoraram a exigência constitucional de as reuniões serem lícitas e pacíficas
Na decisão em que abriu inquérito contra dez bolsonaristas que conspiravam para para parar Brasília no feriado de 7 de setembro, entre eles o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou que os investigados queriam abusar de direitos democráticos para “atentar contra a democracia”.
“Na presente hipótese, como fartamente demonstrado no requerimento da Procuradoria Geral da República, os investigados pretendem utilizar-se abusivamente dos direitos de reunião, greve e liberdade de expressão, para atentar contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, ignorando a exigência constitucional das reuniões serem lícitas e pacíficas; inclusive atuando com ameaça de agressões físicas, como se verifica nas seguintes transcrições”, escreveu Moraes.
Na sequência, o ministro reproduziu um relato sobre as falas de Sérgio Reis dos últimos dias:
“O objetivo do levante seria forçar o governo e o Exército a ‘tomar uma posição’ em uma mobilização em Brasília em prol do voto impresso, proposta que foi, recentemente, derrotada na Câmara dos Deputados, bem como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Para tanto, pretendem dar um ‘ultimato’ no presidente do Senado Federal, invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal, ‘quebrar tudo’ e retirar os magistrados dos respectivos cargos ‘na marra’”.