Interrogatório de Lula só após tradução de oitiva de Sarkozy e Hollande
Ex-presidentes da França prestaram depoimento no 'caso dos caças' como testemunhas do petista, investigado pela Zelotes
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região atendeu a um pedido feito pela defesa do ex-presidente Lula no caso do caças suecos Gripen — em que o petista é acusado pelo MPF dos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Na decisão desta quarta-feira, a Quarta Turma do tribunal autorizou que o interrogatório de Lula somente seja feito depois que todos os depoimentos das testemunhas de fora do país estejam devidamente traduzidos e incluídos nos autos do processo. O tribunal deu um prazo de até seis meses para a conclusão dessa etapa.
Entre as testemunhas arroladas pela defesa de Lula que vivem no exterior estão os ex-presidentes da França Nicolas Sarkozy e François Hollande, que já prestaram depoimento — como revelou o Radar em junho. São os relatos deles que ainda precisam ser traduzidos para o português.
O advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, argumentava que por ser o último ato do processo, o interrogatório não poderia ser realizado até que todas as testemunhas tivessem sido ouvidas e os depoimentos estejam nos autos, devidamente traduzidos.
De acordo com a acusação, Lula e o filho Luís Cláudio teriam recebido vantagem das empresas SAAB AB, MMC e CAOA, a pretexto de influenciar em atos da presidência da República no que diz respeito ao Projeto FX-2, concorrência destinada à compra de aeronaves para equipar e modernizar a Força Aérea Brasileira.