Hospital de campanha no DF sob risco de despejo
Administradora do Mané Garrincha quer retirar instalações de unidade de saúde que tem 51 pacientes internados com Covid-19
Supostamente para atender a CBF, a Arena BSB, administradora do Mané Garrincha, em Brasília, quer despejar o hospital de campanha montado nas instalações do estádio para receber pacientes de Covid-19.
Um dos motivos apresentados para justificar a ordem de que as instalações sejam desmontadas até o dia 27 de outubro, no caso de uma das áreas do hospital, foi o jogo da Seleção Brasileira nas eliminatórias da Copa, em novembro. Beleza. Só que nesta quinta, porém, a CBF anunciou que a partida no será mais em Brasília. O motivo da mudança foi a qualidade do gramado e questões de logística nos aeroportos. A ordem de despejo, no entanto, ainda não mudou.
Não é que o hospital, onde foi montado, num setor de camarotes, inviabilizasse o jogo, é que o governador Ibaneis Rocha, com os organizadores da partida, pretendiam abrir o jogo ao público.
Há, no entanto, um pequeno detalhe, o lugar tem 51 pacientes internados nesta sexta e 91 profissionais em atividade para cuidar de todo mundo. Desde o início da pandemia, a unidade já atendeu 1.700 pacientes.
Ao despejar parte das instalações do hospital, a administradora afirma ter poderes contratuais para solicitar o espaço a qualquer momento, desde que comunicada a decisão 30 dias antes. Quem acompanha o caso diz que o motivo do despejo está no interesse da administradora de usar o lugar para eventos, como se a vacina já estivesse aí ao alcance de todos.
O DF registra aumento na média móvel de casos de coronavírus pela segunda semana consecutiva.