Damares lança a ‘cartilha da maconha’ na cruzada contra plantio medicinal
Autores falam que autorizar o canabidiol é estimular o narcotráfico e relatam problemas de saúde, mesmo não sendo dessa área
O ministério de Damares Alves acaba de lançar o livreto “Os riscos do uso da maconha na família, na infância e na juventude”. Tratado como a “cartilha da maconha”, a publicação tem um objetivo claro: ser o contraponto do governo e atuar contra a aprovação do projeto que autoriza o plantio da cannabis sativa para uso medicinal, em gestação no Congresso Nacional.
Numa live ontem de lançamento da cartilha, secretários de Damares argumentaram que o uso medicinal é uma “fachada” e acarreta diversos malefícios para a saúde. Nenhum dos três auxiliares da ministra é da área de saúde.
“É paradoxal lutarmos pela vida e se desejar ao mesmo tempo legalizar o plantio de algo que pode levar ao suicídio, anular a liberdade humana. É o caminho para a escravidão. É o direito anti-humano. O pseudo uso terapêutico é um subterfúgio para iludir as famílias”, disse Angela Gandra, secretária Nacional da Família.
Emily Coelho, secretária Nacional da Juventude, foi na mesma linha.
“O repetido uso medicinal é um mantra. É a armadilha linguística para impor algo danoso. Não há uso medicinal da maconha. É uma falácia da mídia. Não é inofensiva, é lesiva”, disse a secretária.
O secretário Nacional de Criança e Adolescente, Maurício Cunha, garantiu que a intoxicação por cannabis leva à doenças psicóticas como esquizofrenia, o medo de morrer e a idéias paranoicas.