CPI tem último dia de depoimentos com médico e paciente da Prevent Senior
Com as oitivas dos dois, chegará a 60 o total de pessoas ouvidas pela CPI em pouco mais de cinco meses

O último dia de depoimentos da CPI da Pandemia, pouco mais de cinco meses depois do primeiro, terá mais uma vez como foco as supostas irregularidades da Prevent Senior. A denúncia sobre a atuação da operadora de saúde no tratamento da Covid-19 é considerada por senadores o episódio mais escabroso a ter sido analisado pela comissão.
Nesta quinta, serão ouvidos Tadeu Frederico Andrade, cliente da rede, e Walter Correa de Souza Netto, médico que trabalhou na Prevent Senior. Os relatos dos dois, apesar de já serem públicos, têm potencial para fechar a fase de depoimentos da CPI com impacto.
Infectado pela Covid-19 no Natal passado, Tadeu conta que foi atendido por telemedicina no plano de saúde, que receitou o chamado “kit covid”. Ele tomou as medicações sem eficácia contra a doença, mas teve que ser internado em uma UTI. Um mês depois, segundo o paciente, a equipe da Prevent quis submetê-lo a cuidados paliativos, a fim de economizar custos, mas sua família se recusou a aceitar a medida. Ele acabou se recuperando e denunciou a Prevent Senior à CPI e ao Ministério Público de São Paulo.
Já Walter é um dos médicos representados pela advogada Bruna Morato, que depôs na semana passada, e deve falar sobre a pressão exercida pela operadora para distribuir os medicamentos do “kit covid”. Os senadores também deverão questionar o médico se houve fraude em estudo clínico conduzido pela rede sobre a segurança e eficácia do uso de hidroxicloroquina em associação com azitromicina em pacientes leves e se houve inadequação do encaminhamento de pacientes para cuidados paliativos.
Ao fim dos depoimentos, caberá ao senador Renan Calheiros e sua equipe finalizar o relatório da CPI, que tem data marcada para ser apresentada: o próximo dia 19. Com as oitivas dos dois, chegará a 60 o total de pessoas ouvidas pela comissão.