Com atraso na vacina, Ministério da Saúde investe na compra de caixões
Órgão vinculado ao ministério vai comprar urnas funerárias para atender a comunidades indígenas do Maranhão

O Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão, ligado ao Ministério da Saúde, anunciou a compra de 195 urnas funerárias para atender às comunidades indígenas do estado.
A estimativa é que sejam gastos 351.000 reais com os caixões e com a contratação de roupas e calçados para os enterros e 40.000 quilômetros de traslado rodoviário para carregar corpos.
Segundo os cálculos da Saúde, existem 37.169 indígenas no estado do Maranhão. O estado recebeu 164.000 doses da vacina Coronavac, mas os índios não são o único público prioritário, que inclui pessoal da saúde e idosos.
No edital que anunciou a compra, o governo não informa o número de índios que faleceram em decorrência da Covid-19 no Maranhão no ano passado.
O Edital termina com reticências quando o assunto são os números de mortos: “A média de óbitos infantil e adulto no ano de 2020 (até agosto de 2020) foi de…”, diz o edital.
ATUALIZAÇÃO, 26/1/2021 – O Ministério da Saúde enviou ao Radar a seguinte nota sobre o tema: “O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), esclarece que a contratação de serviços funerários é um procedimento realizado nos Distritos Especiais Sanitários Indígenas (DSEI) para atender a todos os indígenas falecidos, independentemente da causa do óbito. O documento referente à contratação futura dos serviços do DSEI Maranhão é uma estimativa de compra para efeitos de licitação – a compra efetiva se dá ao longo do ano. Em 2020, foram registrados 170 óbitos entre indígenas do Maranhão – todos receberam serviços funerários e translado, em caso de necessidade. O Ministério da Saúde também esclarece que não há atraso na vacinação de indígenas brasileiros. Todas as doses necessárias para a imunização do público-alvo já foram enviadas aos estados e municípios que, por sua vez, repassam aos 34 DSEIs para aplicação das vacinas. A SESAI estima vacinar mais de 410 mil indígenas e 20 mil profissionais de saúde que atuam diretamente no atendimento à população indígena em mais de seis mil aldeias”.