Câmara prepara votação com pouca precaução contra a Covid-19
Grupo de Arthur Lira vetou votação virtual e medidas adotadas pela Câmara são triviais para um prédio sem ventilação

Pouca ventilação, corredores, teto baixo e muita gente circulando. Comparecer à Câmara dos Deputados na próxima segunda, dia da escolha do novo presidente da Casa, é um risco de se contrair o coronavírus.
O veto para que a votação fosse remota deve ser debitada à campanha de Arthur Lira (PP-AL), que foi contra esse expediente, ainda que os deputados votaram à distância todo o ano passado.
As cabines de votação começaram a ser instaladas nesta sexta. No Salão verde, 18 delas estarão disponíveis aos parlamentares. Também serão espalhadas outras pelo Salão Nobre.
Até agora, a Câmara não respondeu a um pedido do PSOL para que fosse instalado do lado externo do prédio tendas com a possibilidade de votação pelo esquema de drive-thru.
As medidas anunciadas ontem pela Diretoria Geral da Câmara parecem insuficientes e não podem garantir que alguém, em especial que integre o grupo de risco, seja contaminado.
Os gestores de unidades da Casa foram orientados a trabalhar com o pessoal mínimo. Os acessos aos locais de votação serão exclusivos para parlamentares. Quem apresentar temperatura acima de 37,5 graus não poderá entrar. Além dos apelos para uso do álcool em gel e do distanciamento de 1,5 metros uma pessoa da outra.
O próprio presidente Rodrigo Maia manifestou várias vezes seu incômodo com a votação presencial e chegou a dizer, numa reunião da Mesa da Câmara, que não se responsabilizar se ocorrem casos de infecções e até mesmo se alguém morrer em decorrência de contaminação nesse dia.