Bolsonaristas reagem a PL das fake news, culpam DEM e pedem cabeça de Onyx
Projeto aprovado ontem no Senado, ainda será votado na Câmara; governo jogou contra, mas até seu vice-líder votou a favor
Enquanto Jair Bolsonaro ensaia um discurso de moderação e reconstrução de pontes com o Legislativo, seus apoiadores nas redes sociais travam nas últimas horas um intenso ataque aos parlamentares que votaram a favor da lei das fake news na noite desta terça.
Nas redes, bolsonaristas listam quem votou a favor, culpam em especial o Democratas e pedem as saídas dos ministros Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura) do governo.
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Clique e AssineComo o placar foi 44 a 32, façam suas contas: se sete senadores tivessem votado contra, em vez de favoráveis, o “não” ao projeto venceria por 39 a 37.
E relacionam esses 7 senadores, teoricamente mais de centro e alguns evangélicos – base de Bolsonaro -, que estavam contabilizados como contrários ao texto.
Entre eles, o vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), o evangélico Marcos Rogério (DEM-RO) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR), ligado à Igreja Universal, apoiadora de Bolsonaro.
Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, principais lideranças do DEM, atuaram pela aprovação, enquanto o Palácio do Planalto jogou contra.
A aprovação do texto vem na esteira do inquérito no STF que investiga disseminação de fake news, o que incomoda bolsonaristas.
Nas mensagens, o tom dos apoiadores é de revolta com a aprovação do projeto que, em linhas gerais, tenta fechar o cerco contra publicações nas redes de autores não identificáveis e de conteúdo ilícito.
“Vergonha! Senado aprovou texto da censura nas redes”, diz uma das mensagens nos grupos de direita.
“Urgente! Dia triste: Senado aprovei Lei da Censura”, postou outro apoiador.
O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) disse que a batalha não está perdida e que vai lutar pela “rejeição da institucionalização da censura”.
Alguns senadores que votaram contra, trataram de ir para suas redes anunciar seu voto contrário, para não ficar mal com o eleitor de direita.