Antes prestigiado e com agenda disputada, Heleno submergiu no Planalto
Antes prestigiada, agenda do ex-militar no GSI tem sido recheada de 'despachos internos'
As agendas oficiais de Jair Bolsonaro e do chefe do GSI, Augusto Heleno, em 2021 demonstram o que governistas têm dito a portas fechadas: a influência do ministro — já imortalizado na crônica do atual governo pela ameaça golpista ao STF numa nota oficial — sobre o presidente, que chamava atenção no começo do governo, minguou nos últimos tempos.
Desde o começo do ano, Heleno não teve registrada nenhuma audiência a sós com o chefe. O militar de 73 anos participou de apenas nove compromissos com Bolsonaro, sempre acompanhado de outros ministros, e chegou a ter hiatos de até 50 dias.
Além disso, acompanhou o presidente em nove viagens, como reza a cartilha de um chefe do GSI. Antes prestigiada, a agenda de Heleno tem sido recheada de “despachos internos”.
ATUALIZAÇÃO, 11H55 — Há pouco, o ministro do GSI foi para as redes criticar a nota do Radar e classificar a apuração, realizada a partir da agenda oficial divulgada pelo próprio gabinete dele, de desinformação. “Recebo o Presidente, diariamente, no Planalto e despacho com ele quando necessário, sem agenda. Jamais fiz ‘ameaça golpista’. Reagi a uma absurda tentativa de apreensão do celular do Presidente da República”.