A corrida pelo auxílio emergencial entre Congresso e Planalto
Governo ainda faz contas para bancar o socorro aos mais carentes enquanto o Parlamento já elabora propostas do novo auxílio

Começou a acontecer o que os auxiliares da ala moderada do governo de Jair Bolsonaro tanto temiam. Com dificuldades do governo em encontrar uma solução financeira para viabilizar a retomada do auxílio, os aliados do Planalto no Congresso e integrantes da oposição começaram a bolar uma solução do Parlamento para a crise.
Entre oposicionistas, que querem ver a turma de Paulo Guedes rebolar, fala-se em prorrogar até o fim do ano o auxílio emergencial na casa de 600 reais. A bomba nas contas públicas teria a simpatia de integrantes da base de Bolsonaro, já cansados de esperar por uma solução dos burocratas do governo.
Aliados de Bolsonaro lamentam o fato de o governo ter perdido um valioso tempo na elaboração de uma alternativa para a retomada do auxílio. A coisa seguiu parada desde outubro do ano passado, quando o Planalto interditou o debate por causa das eleições de novembro. O tempo passou e chegamos ao carnaval sem que a tal solução tivesse sido apresentada.
No apagar das luzes de 2020, integrantes do centrão tentaram convencer Bolsonaro a retomar o auxílio emergencial com uma canetada no dia 31 de dezembro. O presidente não topou e agora corre o risco de ver o Congresso assumir a paternidade novamente do auxílio. Essa corrida começou. Veja o que disse o relator do orçamento, senador Márcio Bittar, no Globo.
“As pessoas que precisam comer não vão esperar. Eu já disse desde o ano passado que elas (reformas) precisam caminhar juntas. Agora, é fundamental como sinal de responsabilidade que, ao apresentar a peça orçamentária, se dentro dela estiver a solução para os brasileiros que ainda precisam do Estado, estejam também as PECs emergenciais, dos gatilhos”, disse Bittar.
Como o Radar mostrou, Paulo Guedes e seu equipe topam a prorrogação do auxílio se ela vier atrelada ao aval do Congresso nos projetos do pacto federativo. O problema é que isso leva tempo e o Congresso já não quer esperar.