A carta ao povo brasileiro de João Doria
Tucano defende um 'projeto que vai consertar o Brasil, sem imposições, nem personalismos'
Presidenciável do PSDB, João Doria divulgou nesta terça, num artigo na Folha, uma espécie de Carta ao povo brasileiro do seu projeto para chegar ao Planalto em 2022. O tucano divide seus planos em sete frentes e fala em “acabar com a fome, gerar empregos, atrair investimentos, responsabilidade fiscal, competitividade, agenda ambiental e resgatar a autoestima do país”.
O texto:
As prévias do PSDB confirmaram a vocação democrática do partido e a necessidade de mudarmos o Brasil. Precisamos da ajuda de todos, da união do PSDB e da convergência com outros líderes e agremiações para elaborar, a partir de agora, um projeto nacional inovador e realista. Um projeto que vai consertar o Brasil, sem imposições, nem personalismos. Queremos conquistar corações e mentes para superar a polarização que tem servido para empobrecer o país.
De tudo o que debatemos nas prévias e das experiências que o PSDB semeou ao longo de sua história, podemos listar sete pontos iniciais, que iremos detalhar com especialistas:
1 – Acabar com a fome: o país que é celeiro do mundo não pode ter quase 30 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 9 por dia. Nosso primeiro olhar será para milhões de brasileiros que hoje se encontram na miséria. Defendemos programas de transferência de renda, sem furar o teto de gastos, com ensino integral para as crianças, programas de geração de renda e emprego. Com contas sustentáveis, fazer reformas não para gerar superávit primário, mas para garantir a inclusão dos mais pobres;
2 – Gerar empregos: emprego é consequência direta do investimento. A melhoria do rendimento médio do trabalhador está ligada à formação educacional e técnica e à competitividade do país. O mercado de trabalho mundial está em transformação, e nós temos que vencer o déficit de produtividade. Novos empregos significam também mais autonomia às famílias;
3 – Atrair investimentos: não haverá crescimento sem investimento. Temos de recuperar a credibilidade internacional para voltar a receber recursos externos. Um dos caminhos mais rápidos para acelerar a atração de investimentos é promover desestatização, PPPs, concessões e privatizações. Seremos o país da infraestrutura, com investimentos privados em aeroportos, portos, ferrovias, rodovias e comunicação 5G;
4 – Responsabilidade fiscal: o Estado precisa caber no Orçamento. Para isso, é preciso reduzir desperdícios, aprovar a reforma administrativa e definir prioridades do investimento público. Estabilidade econômica, combate à inflação e responsabilidade fiscal são marcas das gestões do PSDB e princípios pétreos do Plano Real;
5 – Competitividade: o Brasil precisa estar pronto para as novas batalhas do comércio internacional. Temos de recuperar nossa indústria. Para isso, precisamos aprovar a reforma tributária e promover uma transformação pela educação, especialmente a ampliação do ensino de tempo integral e das escolas técnicas. É pela competitividade que vamos transformar investimentos em receitas consistentes;
6 – Agenda ambiental: esse ponto vai além do que é urgente, como combater o desmatamento, as queimadas e o garimpo ilegais na Amazônia. Nos próximos anos, a agenda ambiental será a mola propulsora dos países. Precisamos despontar na produção da ciência e da pesquisa. O Brasil tem de liderar a transição para a economia de baixo carbono, com matriz energética sustentável, indústria 4.0, comunicação 5G e um agro aliado ao meio ambiente. Pagamento por serviços ambientais, remuneração pelo sequestro de carbono e cumprimento dos acordos internacionais. Tudo isso faz parte da nossa agenda ambiental;
7 – Resgatar a autoestima: o Brasil tem de recuperar o prestígio internacional. Portanto, precisa de um governo que apresente ao mundo as oportunidades, que saiba dialogar e estabelecer novas formas de cooperação, como fizemos ao testar e produzir vacinas. Um Brasil de paz social e de diálogo, com respeito às instituições, ao equilíbrio dos Poderes e, acima de tudo, com transparência e democracia.
O Brasil precisa sair do círculo vicioso da recessão. O governo Dilma Rousseff (PT) não soube consertar os equívocos da gestão Lula (PT). E o atual governo piorou os problemas herdados. Vendeu sonho e entregou um pesadelo.
Por isso, o debate de 2022 não deve ser entre Jair Bolsonaro e Lula. Ele deve ser entre passado e futuro. Entre recessão e desenvolvimento. Entre desilusão e esperança. É para isso que o PSDB começará a construir, com todos os aliados possíveis, o Projeto Brasil, para garantir um futuro de desenvolvimento e esperança para o país.