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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Um presidente terrivelmente estúpido

Um dia de trabalho do capitão

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h31 - Publicado em 6 ago 2019, 07h00

Está na hora de pararmos de nos referir a Jair Messias Bolsonaro como representante do baixo clero da Câmara dos Deputados, acidentalmente eleito presidente da República.

O baixo clero merece respeito. Não abusa de palavrões para se expressar, nem destila tanto ódio. Na verdade, Bolsonaro está mais para sub do sub do baixo clero. Ou não?

Que tal um presidente capaz de aproveitar uma entrevista coletiva à imprensa para dizer com todas as letras e aos gritos:

“A imprensa tem que entender que eu ganhei. Eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro, ganhou, porra! Ganhou, porra!”

Na mesma ocasião, voltou a atacar os governadores do Nordeste, empenhados em fazer da região uma “nova Cuba”. Ameaçou de à revelia deles só liberar dinheiro para prefeituras amigas.

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Não perdeu a chance de espancar “a esquerda canalha”, o alvo preferencial de suas críticas sempre que sobe em um palanque. É onde se sente à vontade. É onde gostaria de sempre estar.

E, é claro, exibiu-se como o néscio que é ao justificar mais uma vez com argumentos toscos a promoção do seu filho Eduardo para embaixador do Brasil em Washington:

“’Indicado para embaixada tem que ser filho de alguém, por que não meu?”

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Faz muito tempo que Eduardo deseja morar nos Estados Unidos, segundo Bolsonaro. É amigo da família do presidente Donald Trump, repetiu. E a embaixada “é um cartão de visitas”.

Bastaria tamanhas idiotices para preencher um único dia de trabalho, mas não. Ele tinha mais a oferecer sem constrangimento. Até porque não sabe distinguir o que é sensato do que é estúpido.

“Os caras vão morrer na rua igual barata, porra” – anunciou a respeito do projeto que remeterá ao Congresso para livrar de punições policiais e militares que matarem bandidos.

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Outra vez negou que brasileiros passem fome. Disse que a vida dos patrões é tão dura ou pior do que a vida dos empregados. E tachou de mentirosos os dados oficiais sobre o desmatamento na Amazônia.

Sem dar-se conta, por ignorância, da fragilidade do seu raciocínio, defendeu a legalização de garimpos por faltarem ao Estado condições de remover os garimpeiros das áreas que eles invadiram.

A ser assim, por que não renunciar ao combate ao crime organizado uma vez que ele só faz crescer por toda parte e o Estado revela-se até aqui incompetente para enfrentá-lo? Como é parvo!

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Na semana passada, Bolsonaro foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal a explicar o que quis dizer quando atacou o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, morto pela ditadura.

Ontem, foi intimado novamente pelo Supremo a explicar por que sugeriu que a ex-presidente Dilma Rousseff pegou em armas para derrubar a ditadura. Ela não pegou. Bolsonaro mentiu, para variar.

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