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Um país sem preservação

Nesse momento em que um novo governo se aproxima, a cautela é o melhor caminho

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 30 jul 2020, 20h09 - Publicado em 18 nov 2018, 12h00

Cada dia com sua aflição no cotidiano dos brasileiros. Nem bem se recupera da virulência na algaravia da campanha eleitoral, o eleitor volta a ter costumeiros sustos, como as previsíveis mortes pelos desabamentos de morros nesses tempos de chuvas.

No Rio, a tragédia visita anualmente as comunidades que habitam no sopé de morros. A última provocou a morte de 14 pessoas no morro de Boa Esperança em Niterói.

Em São Paulo, a cena terrificante mostrou um viaduto na Marginal Pinheiros cedendo dois metros e provocando a queda de carros, além de gigantesco congestionamento. “De repente, parecia um armagedom”, acentuou um motorista que via os carros em sua frente sumirem: “O fim do mundo”.

De quem é a culpa? Do Poder Público. Os gestores não fazem manutenção adequada de estradas, pontes, viadutos, enfim, dos estabelecimentos que integram o patrimônio a serviço da população. Milhares de administradores locupletam os vãos de Estados, capitais e grandes cidades, onde ocorrem as catástrofes.

Em Niterói, a empresa que estudou as áreas de risco não identificou a rocha que provocou a tragédia. Em São Paulo, a Prefeitura desrespeita um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – pelo qual se obriga a fazer manutenção de instalações. Das 185 pontes, muitas carecem de urgentes reformas. Os sistemas de prevenção e conservação da infra-estrutura física do país não funcionam, elevando o Produto Nacional Bruto da Irresponsabilidade.

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A questão da previsibilidade é grave. Não basta arrumar obras viárias, mas garantir alternativas para substituir os sistemas em operação ante eventuais paralisações. É o caso, por exemplo, do programa Mais Médicos. Sua suspensão afetará de imediato mais de 28 milhões de pessoas nos 1.575 municípios que contam somente com médicos cubanos.

O governo brasileiro paga à Organização Panamericana de Saúde (OPAS) R$ 11.865,60 – valor integral da bolsa oferecida aos médicos –, mas estes recebem apenas um quarto do total, enquanto o Estado cubano detém o restante. É evidente o tratamento injusto de Cuba com seus profissionais. Mas a situação merece uma interlocução aprofundada de nossas autoridades com dirigentes da ilha sob pena de se comprometer a vida de milhões de brasileiros.

O Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia aponta para o risco de suspensão do programa: até 50 mil pessoas poderiam morrer precocemente, antes do 70 anos, se lhes faltar assistência. Um descalabro.

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Será muito difícil preencher as cerca de 11 mil vagas do programa (os cubanos ocupam 8.332). A maioria dos nossos jovens médicos prefere grandes ou médias cidades, recusando ir aos grotões.

Nesse momento em que um novo governo se aproxima, a cautela é o melhor caminho, até para ajustar a linguagem e evitar que alas em choque continuem em palanque. Outra amarga constatação. A expressão radical continua a aumentar.

Sua Excelência, o presidente eleito, seus filhos e o núcleo duro do futuro governo hão de conter o ímpeto, sob pena de ver a oposição pôr mais lenha na fogueira para queimar a imagem governista quando medidas duras vierem. É hora do bom senso.

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Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político twitter@gaudtorquato 

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