O assombroso é que Jair Bolsonaro, o capitão expulso do Exército por indisciplina, nem se esforça para disfarçar sua má índole. Ele é mau e gosta de ser. Podendo apenas criticar um adversário, ataca para destruí-lo. Vale-se de todos os meios, lícitos ou não, para alcançar o que quer. E depois celebra sem pudor o que conseguiu.
Não tem a menor empatia. Não consegue se pôr no lugar do outro. Não liga para sentimentos, a não ser os seus. Não reconhece limites. Não admite erros. Só pede desculpas, quando o faz, se isso lhe render vantagens imediatas. Põe a família – a dele – acima de tudo. E o enriquecimento dela é o que importa. Que mau sujeito!
Até chegar por acidente onde chegou, somente ele e seus parentes amargavam as consequências perversas dos seus defeitos. Desde então quem as suporta é o país. Está se tornando rapidamente um perigo para as instituições que jamais prezou, que enxerga como obstáculos à sua vontade. Se elas vacilarem ele as esmagará.
Tratar um presidente desvairado e nada confiável com reverência ou brandura servirá para que ele possa ir muito além dos seus poderes. Pobre de um país onde escasseiam as vozes de referência, abundantes no passado. Ou onde elas se calam por conveniência ou por medo. Se um dia resolverem falar poderá ser muito tarde.