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Quatro biscoitinhos e o capeta

Se quer voar, se precisa voar, engula

Por Tânia Fusco
Atualizado em 30 jul 2020, 19h22 - Publicado em 22 out 2019, 11h01

Seja a viagem curta ou nem tanto, com passagem cara ou mais ou menos, a bordo da Latam o viajante tem direito a quatro biscoitinhos – doces, chinfrins, e embalados dois a dois. A maioria dos passageiros abre e come. Há fome no ar.

São três companhias operando nacionalmente. Se quer voar, se precisa voar, engula os biscoitinhos e não chie, como não chiou ao pagar pela mala despachada.

Em tempos de deselegâncias explícitas, é permitido dizer que os quatro biscoitinhos do faz–de-conta-que-servimos-lanche da Latam – um deboche – são o engole sapo do dia.

Há outros batráquios a serem oferecidos pelas aéreas.

Na sexta-feira, 1º de outubro, a atriz Nathalia Dill usou seu Instagram, para reclamar ter sido retirada de uma aeronave da Gol por “sobrecarga” – não dela, mas do voo. O avião continha mais peso do que o permitido.

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Quero que todos saibam o que está acontecendo! Eu e mais seis passageiros fomos retirados do voo por sobrecarga! Mas como assim!? Pagamos as passagens e não pudemos voar. Agora estamos aqui esperando uma solução que não chega nunca! E ao lado do nosso grupo tem um casal que teve o voo cancelado sem aviso! Meu Deus!, escreveu.

O post de Nathalia fez eco e outras vítimas de sobrecargas da Gol chiaram. Não sabemos se – e como – os ejetados daquele dia voaram ao destino pretendido. A Gol continua no ar.

Na mesma semana, o noticiário local da Brasília contava que um dos maiores hospitais públicos da capital federal, Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), suspendeu cirurgias por tempo indeterminado porque o ar condicionado central pifou.

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Nos centros cirúrgicos, relatavam profissionais entrevistados, a temperatura chega aos 38 graus e os médicos operam com um auxiliar abanando com leque, papel, mãos… para aliviar a escaldante temperatura ambiente.

Dá para imaginar a cena? O risco para os operados? O desalento dos cirurgiões?

Pois então… a matéria seguiu relatando: há seis anos o ar condicionado em questão não recebia qualquer manutenção. Ou seja, passaram um governo inteiro (quatro anos!) e outro meio (dois anos!) sem que houvesse a providência de dar uma geral no resfriamento do HRAN, que atende perto de sete mil pessoas ao mês.

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A voz oficial da Secretaria de Saúde/DF disse que o novo governo, empossado em janeiro, agora está providenciando uma licitação para o causo. E não há prazo para resolução.

O portal da instituição informa: o HRAN é referência no atendimento às vítimas de queimaduras, lábio leporino, crisdown (atendimento aos portadores da síndrome de down), cirurgia bariátrica.

Os biscoitinhos tipo caridade da Latam, a sobrecarga que expulsa passageiros da Gol, os 38º de temperatura ambiente no centro cirúrgico do HRAN, em graus distintos, são retratos do Brasil operando no modo Vale Tudo, onde o presidente pode até ser chamado de vagabundo por seus pares do partido em convulsão – o PSL, segundo maior em número de deputados na Câmara Federal.

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Seus 52 deputados federais eleitos rendem ao partido 8,3 milhões mensais do Fundo Partidário. Até as pedras sabem que esses $$ motivam a briga de foice entre as esquadrilhas do presidente do partido e do capetão PR alimentado por seus três capetinhas – Carlos, Eduardo e Flávio.

O PR viajou, mas a crise não. Aqui, o caldeirão do PSL ferve, espirrando tanto enxofre quanto o óleo (de galões com assinatura Shell) derramado nas praias nordestinas. No caso do enxofre, sem voluntários pra limpar.

Vai dar ruim?

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Nem Lúcifer arrisca palpite. Certeza mesmo só os quatro biscoitinhos que a Latam oferece para quem escapa, pelas suas asas, do calor de Brasília.

  Tânia Fusco é jornalista 

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