Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super BlackFriday: Assine VEJA a partir de 7,99
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Poder terceirizado (Por João Bosco Rabello)

Congresso abdica de sua soberania

Por João Bosco Rabello
8 dez 2020, 12h00

Enfim, o Supremo Tribunal Federal concluiu pelo veto às reeleições de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para as presidências da Câmara e Senado, respectivamente. Uma vitória jurídica para Bolsonaro e derrota política para os dois parlamentares.

O resultado não garante a eleição de um nome da preferência do governo para a Câmara, no caso, do deputado Artur Lira. Antes, o sentimento de autonomia da gestão de Maia é fator que ainda tem influência sobre o Legislativo, que há muito não o experimentava.

Trata-se agora de uma disputa que determinará se o presidente Bolsonaro governará os dois anos que restam de seu mandato com alguma influência na Câmara ou se esta preservará o poder político demonstrado até aqui.

O que fica do episódio, no entanto, conspira contra o Supremo e contra o Congresso. O primeiro, porque teve cinco ministros com voto político em um resultado majoritário que deveria ser unânime.

O Congresso, por sua vez, manteve-se na linha de abdicar de sua soberania como um dos três poderes, ao se exibir incapaz de resolver internamente seus conflitos, terceirizando-os ao Judiciário.

Continua após a publicidade

Não deixa de ser uma das muitas consequências da fragmentação partidária – esta que teve prolongada sua sobrevivência exatamente por uma das mais nocivas interferências do Supremo Tribunal Federal no processo político.

O STF declarou inconstitucional a chamada cláusula de barreira aprovada em 1995 para vigorar a partir de 2006, quando foi derrubada. A regra determinava que os partidos com menos de 5% dos votos nacionais não teriam direito a representação parlamentar, nem ao fundo partidário.

Há mais de uma década o antídoto à pulverização partidária teria evitado o cenário atual em que proliferam legendas pessoais, não fosse a decisão que levou o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, à época, a acusar o Supremo de legislar.

Continua após a publicidade

Como as decisões do STF decorrem das demandas do próprio Legislativo não fica de pé a tese de que a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado é questão “interna corporis”, como alguns ministros chegaram a argumentar.

Para ser questão interna corporis, não poderia ter sido remetida ao STF como dúvida constitucional pelos próprios congressistas que, ao fazê-lo, abriram mão de prerrogativa exclusiva.

O STF, sugerindo gosto pelo poder adicional recebido, produziu um debate interno típico do Legislativo estendendo sua decisão por semanas, num suspense digno de Copa do Mundo.

Continua após a publicidade

Se o Legislativo quisesse, poderia ter providenciado uma PEC para remover o empecilho à reeleição, como sugeriu o ex-presidente Michel Temer, até porque essa proibição é obra do regime militar.

Não o fez porque certamente Maia preferiu não arriscar uma campanha antecipada de sua sucessão, que ocorreria se a emenda fosse rejeitada.

Casa política, o Congresso Nacional deveria ser o primeiro a zelar pelo princípio de que não se abdica de qualquer percentual de poder, sob pena de perdê-lo integralmente. Já o governo corre o risco da euforia precoce a partir da batalha jurídica que apenas excluiu aquele que elegeu como inimigo político. O que é pouco.

Continua após a publicidade

O que se tem pela frente é uma disputa política que determinará a força do Centrão, sob a liderança de Lira, para emplacar um presidente da Câmara aliado a um governo com um calvário à frente para sobreviver.

Nesse contexto, uma vitória do Centrão tende a ampliar a desconfiança dos agentes econômicos e a insegurança dos investidores que veem o bloco parlamentar como um “centro de custos”. É a turma do gasto no jargão do mercado.

A história ensina que quando os governos interferem no processo eleitoral do Congresso costumam sair chamuscados.

Continua após a publicidade

Independentemente da decisão do STF, o legado de afirmação do Poder Legislativo deixado por Maia é música aos ouvidos dos parlamentares. O que, entre outros benefícios, aumenta seu poder de barganha.

João Bosco Rabello escreve no https://capitalpolitico.com/

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.