Inverno: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Poder das urnas e o pudim de Ulysses (por Vitor Hugo Soares)

“Deixem o povo votar. Ainda que erre acabará acertando"

Por Vitor Hugo Soares
5 dez 2020, 12h00

Computados os votos, de todas urnas do país continente, dá gosto ver mais uma vez o desempenho, presteza e confiabilidade das maquininhas eletrônicas feitas no Brasil – que contaram a vontade do eleitor, nelas digitada, em mais uma eleição – permitindo ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Roberto Barroso, respirar aliviado ao promulgar os resultados, do dia 29, em apenas 4 horas, “queimando a língua” de muita gente que insiste em falar mal e tentar destruir a credibilidade do voto eletrônico, sem provas e com argumentos mambembes, a exemplo do que tem feito o presidente Jair Bolsonaro, desde sua campanha para a presidência, na luta contra esses modernos equipamentos, uma das maiores conquistas da Justiça Eleitoral no Brasil.

Restam dúvidas e incertezas sobre quem efetivamente ganhou, perdeu (ou empatou), no emaranhado infernal de candidatos, siglas, tendências e sonhos visionários de todos os lados. Principalmente dos que se recusam a reconhecer derrotas – o que não é coisa apenas do presidente Donald Trump – pois sobram maus perdedores também por aqui.

Mesmo no caso do PT – que praticamente sumiu do mapa eleitoral com os resultados de domingo 29, – aparece a deputada Gleisi Hoffman, presidente nacional do partido (que até o Governo Dilma esbanjava votos nas capitais e outras cidades de médio porte) para justificar que “não foi bem assim”, como os fatos e abatimento de seus maiorais atestam. Mas estas são dúvidas e questões mais razoáveis que o tempo, senhor da razão poderá aclarar.

Ainda assim – ou talvez por isso mesmo – uma certeza salta aos olhos da nação, do meio de tudo, mesmo neste ano pavoroso da Covid-19: as eleições municipais se consagram mais uma uma vez, como a celebração por excelência da participação popular na democracia brasileira. Da grande “festa do interior” – como eram tidos esses pleitos, na minha infância na beira do Rio São Francisco – tornou-se também acontecimento marcante da democracia, nas capitais.

Do confronto “de esquerda” entre os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) pelo mando em Recife (vencido pelo bisneto de Miguel Arraes); ao embate, em São Paulo, – que agrega dois nomes significativos ao cenário da política nacional – do progressista Bruno Covas (PSDB) contra o “ultra- esquerdista” Guilherme Boulos (PSOL, a grande revelação da urnas), vencida com folgas pelo jovem político da melhor linhagem tucana.

Continua após a publicidade

Na chuva de votos que se deu em Salvador – para o eleito Bruno Reis (DEM), sob as asas de ACM Neto, em ascensão nacional – que já força o senador Jaques Wagner (PT) se mover para marcar posição na corrida pela sucessão de Rui Costa, em 2022. E em Belo Horizonte, com Alexandre Kalil (que se projeta para além das Minas Gerais) triunfante com esforço próprio e ajuda de competente equipe na gestão.

No fim é preciso lembrar as sábias afirmações de Ulysses Guimarães, (criador e timoneiro do antigo MDB na resistência democrática à ditadura), para reafirmar a sua permanente convicção de que “a Nação detesta tutela e tutores, quer democracia”. Nunca é demais repetir aquela considerada uma de suas 100 melhores frases, segundo coletânea feita por D. Mora, publicada no livro Rompendo o Cerco:

“Deixem o povo votar. Ainda que erre acabará acertando. Pela receita não se sabe o gosto do pudim. É preciso prová-lo”, recomendava o ilustre cavalheiro da resistência em seus discursos e entrevistas. Na mosca.

Continua após a publicidade

 

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 2,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Ofertas exclusivas para assinatura Anual.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.