Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Pobre soberania nacional

Pobre soberania nacional

Por Mary Zaidan
Atualizado em 30 jul 2020, 19h29 - Publicado em 25 ago 2019, 08h00

Cada sociedade deve resolver seus dilemas nacionais de forma autônoma, sem subordinação ou dependência. Mas não são poucos os governantes que vilipendiam a grandeza desse conceito, alegando ameaças à soberania da nação para esconder fatos, justificar erros, abusos e tiranias, reescrever a história e, de quebra, animar as tropas.

Um traço que une Jair Bolsonaro a Lula e Dilma Rousseff, a Fernando Collor de Mello e a outros tipos como Nicolás Maduro, todos assíduos frequentadores da galeria dos que se dizem perseguidos por conspirações.

A ameaça à soberania da região amazônica que os brasileiros não estariam enxergando “dói na alma” do presidente, que não vê motivos para a preocupação interna e mundial em torno da aceleração das queimadas e do desmatamento na maior floresta tropical do planeta. Assanhados  por um misto de estímulo governamental e impunidade – o Dia do Fogo no Pará patrocinado por fazendeiros bolsonaristas e anunciado previamente na mídia local que o diga -, os incêndios, sim, são as reais ameaças, e não aqueles que os denunciam.

Ainda que na sexta-feira em pronunciamento na TV tenha diminuído o tom, Bolsonaro continua considerando as labaredas como conspiração de ONGs que perderam dinheiro e uma “mentira europeia”, conforme verbalizou seu ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Pouco ou quase nada diferente de Maduro, que nega a existência de fome em seu país, taxando de “falsa desculpa” intervencionista a crise humanitária que condena milhões de venezuelanos ao estado de lastimável miséria.

Continua após a publicidade

Maduro tenta convencer que tudo é resultado da ganância dos Estados Unidos para se apoderarem do petróleo venezuelano. Por aqui, os ianques seriam os mocinhos, dispostos a auxiliar o Brasil contra europeus inescrupulosos que querem explorar a floresta e ainda barrar a exportação de produtos agropecuários brasileiros.

Tardiamente perturbado com o impacto para o agronegócio de suas falas inescrupulosas e irresponsáveis sobre a Amazônia, Bolsonaro usa a soberania nacional como vacina contra eventuais sanções europeias. E espera contar com o aliado Donald Trump – o mais implacável defensor de sanções para resolver toda sorte de conflitos – como porta-voz para evitar que elas recaiam sobre o Brasil.

A defesa enfática da soberania nacional também esteve na boca de Collor e de Dilma Rousseff, ambos depostos da Presidência da República. O primeiro pregava a “defesa da soberania com atitude positiva e consequente” dias antes de confiscar a poupança de todos os brasileiros. Dilma, com a cantilena do “golpe”, tentou transformar seu impedimento em ameaça à soberania do país.

Na esteira das chamas amazônicas, Dilma reincidiu no alarde de agressão à soberania, aproveitando para condenar a privatização de “empresas públicas estratégicas, como a Petrobras”, sem, por óbvio, citar a ladroagem que quase destruiu a petroleira durante o seu governo e o de seu padrinho e antecessor.

Continua após a publicidade

Na semana passada foi a vez de Lula. Em carta escrita para o lançamento da campanha petista “Moro mente”, o ex disparou: “a Lava-Jato fez um grande assalto à soberania nacional”.

Surrada por quem a deveria fazer valer, a soberania nacional continua sendo esconderijo para governantes ineptos, não raro mentirosos e incapazes de enfrentar crises. Bolsonaro não só se encaixa nesta lista como agrega a ela o agravante de ser incendiário e, portanto, uma ameaça permanente.

Isso talvez explique o bater de panelas com menos de oito meses de governo. O povo é soberano.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.