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Pai e filho entregam cabeça de Bebianno

República em estado de choque

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 fev 2019, 07h00 - Publicado em 14 fev 2019, 07h00

Quando o jornal O Estado de São Paulo, em dezembro último, publicou que Fabrício Queiroz, ex-motorista do então deputado Flávio Bolsonaro, estava sendo investigado por ter movimentado em sua conta mais de R$ 1 milhão sem ter renda para tal, o presidente eleito Jair Bolsonaro apressou-se em se meter no assunto.

Amigo há mais de 40 anos de Queiroz, defendeu-o sugerindo que parte do dinheiro deveria ser proveniente da família dele. Em seguida, quando se soube que um cheque de Queiroz fora depositado na conta de Michelle, a futura primeira-dama, Bolsonaro logo explicou que era parte de um dinheiro que ele lhe devia.

Não demorou muito para que os rolos de Queiroz respingassem em Flávio. E então o que fez Bolsonaro? Correu também a defender um dos seus garotos. Flávio era inocente, garantiu o pai. Quem o atacasse na verdade queria atacar o presidente da República – ou seja, ele, Jair. Dali para frente, esse virou o mote da defesa de Flávio.

Com Gustavo Bebianno, nomeado por ele ministro da Secretaria-Geral da presidência da República, o comportamento de Bolsonaro foi o oposto. Menos de dois dias depois de Bebianno ser atingido pela suspeita de que patrocinou um laranjal de falsos candidatos quando presidiu o PSL, Bolsonaro entregou-o às feras sem piedade.

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Nesse caso ainda está por ser decifrado se foi o filho, Carlos, vereador no Rio, que usou o pai para demitir Bebianno, de quem nunca gostou, ou se foi o pai que usou o filho para forçar Bebianno a pedir demissão. Pelo menos até o início da madrugada de hoje, Bebianno repetia que não pediria demissão. Só sairia demitido.

Foi Carlos que explodiu a bomba na sua página no Twitter. Ao jornal O Globo, Bebianno dissera que via WhatsApp falara três vezes com Bolsonaro sobre o laranjal do PSL quando o presidente esperava receber alta do hospital Alberto Einstein. Carlos chamou Bebianno de mentiroso. Afirmou que ele não falara uma única vez com o pai.

E para provar que dizia verdade, postou um áudio onde se ouve a voz de Bolsonaro dizendo a Bebianno: “Gustavo, está complicado ainda. Não vou conversar, não vou conversar com ninguém.” Por mais ousado que fosse, Carlos seria capaz de divulgar uma mensagem de voz do presidente da República sem a prévia autorização dele?

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Militares de bom coração que ocupam postos importantes do governo chegaram a pensar que Carlos divulgara o áudio à revelia do pai, e ficaram perplexos com isso. Até que no Twitter, Bolsonaro compartilhou a mensagem postada pelo filho, e em entrevista ao Jornal da Record, confirmou o que o filho escrevera.

A demissão do ministro interessa ao pai e ao filho. Carlos jamais se conformou em não ser o secretário-geral da presidência da República. Ameaçado por um novo rolo que pode lhe tomar de vez a bandeira da luta contra a corrupção, Bolsonaro escolheu entregar a cabeça de Bebianno para manter a sua. Os poderosos agem assim.

Não foi isso que fez Lula com o então ministro José Dirceu para escapar do mensalão do PT? Jurou que fora traído. Demitiu o ministro, que ainda por cima perdeu o mandato de deputado federal. A chamada Nova Política é um espelho da Velha.

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