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Outubro de 2022 é logo ali, mas parece ainda tão distante

Silêncio como resposta

Por Ricardo Noblat
3 abr 2021, 08h00

Fora países de regime totalitário como China, Rússia, Coreia do Norte e Cuba, por exemplo, onde mais seria possível ao presidente da República ou ao chefe de Estado demitir o ministro da Defesa e substituir os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica sem dar nenhuma satisfação aos seus governados?

Foi o que aconteceu por aqui esta semana. Cobra-se desde então que o presidente Jair Bolsonaro explique por que assim de repente, sem prévio aviso, despachou o general Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, durante uma conversa de cinco minutos, e forçou em seguida a saída dos comandantes das Forças Armadas.

A resposta tem sido o silêncio. Na melhor tradição das ditaduras, aconteceu uma troca de peças servida como reforma ministerial  e Bolsonaro se recusa a dizer por quê. O ex-presidente Lula afirmou que não vê nada demais nisso. Mas sua opinião não deve ser lida ao pé da letra. Lula quer que Bolsonaro se estrepe.

Tudo o que se sabe a respeito até agora deriva de informações vazadas a conta-gotas por gente próxima a Bolsonaro, e de deduções feitas por quem se dedica a analisar a trajetória do governo. Desconsidera-se a força do acaso na História. O ser humano depende de narrativas para entender o mundo.

A narrativa mais comum é que acuado pela pandemia, o Centrão atrás de mais cargos, o medo do impeachment e da traição de quem antes o apoiava, e o desastre da economia que só faz aumentar o número de desempregados, Bolsonaro procurou consolo junto aos fardados e não obteve. Aí chutou o pau da mesa.

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O que ele batizou de “meu Exército” não pareceu disposto a bancar a aventura de entornar o caldo para que governasse com poderes discricionários. O general Edson Leal Pujol, comandante do Exército, não era o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante e conselheiro de Bolsonaro quando candidato.

Villas Bôas não teve vergonha de pressionar o Supremo Tribunal Federal para que negasse um habeas corpus que permitiria a Lula disputar as eleições de 2018 onde o favorito era ele, não Bolsonaro. Pujol cumprimentou Bolsonaro presidente tocando com o seu o cotovelo dele e disse que política não combinava com farda.

Com a farda do brigadeiro novo comandante da Força Aérea Brasileira, combina, sim. O brigadeiro é bolsonarista, e apressou-se a tratar o presidente como supremo comandante das Forças Armadas, o que o deixou empolgado. Mas o general Paulo Sérgio, novo comandante do Exército, faz mais o estilo de Pujol.

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O Estado Maior do Exército deu um jeito de empurrá-lo goela abaixo de Bolsonaro que, se confrontado, costuma miar fininho. Vida que segue, por ora. Ressalte-se: por ora. O desespero do presidente só tende a crescer com os resultados negativos colhidos no desempenho no cargo e a conduta errática do seu governo.

Outubro de 2022 é logo ali e, no entanto, ainda está tão longe.

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