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Por Coluna
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Os mortos-vivos do governo Bolsonaro vagam arrastando correntes

O improviso como arte grosseira de governar

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h10 - Publicado em 4 fev 2020, 08h00

Alguns estão mais vivos do que os outros, embora com a aparência de que também não chegarão ao fim do governo. O menos morto deles é o ministro Sérgio Moro, da Justiça e da Segurança Pública. Em novembro, quando se abrir uma vaga no Supremo Tribunal Federal, poderá ser despachado para lá. Ou só no próximo ano quando a segunda vaga se abrir.

Sobre Augusto Heleno, ministro do Gabinete da Segurança Institucional, é cedo para dizer que sua data de vencimento está à vista. Quando ele perdeu o comando da Agência Brasileira de Inteligência para um delegado do gosto dos filhos do presidente, perdeu a maior força que tinha. Virou uma espécie de dama de companhia de Bolsonaro. Uma dama de luxo.

Mas enquanto tiver o apoio dos seus ex-colegas de farda, e a saúde permitir, ficará onde está. Os generais da ativa confiam no seu bom senso. Reconhecem nele a capacidade de barrar decisões bizarras que passam pela cabeça de Bolsonaro com frequência. Seu lugar já despertou a ambição de outras pessoas. Hoje, ninguém mais o inveja. Salvo um acidente, só sairá se quiser.

O prazo de Onyx Lorenzoni, suposto chefe da Casa Civil da presidência da República, já venceu há meses. Ele, bem como o desastrado ministro da Educação Abraham Weintraub, são os mortos-vivos mais mortos de Brasília. Arrastam pesadas correntes à vista de aliados e de desafetos e reclamam do cafezinho que já lhes servem quase frio.

Weintraub ainda conta com a proteção dos filhos de Bolsonaro e do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho. Faz o que eles mandam e tenta se antecipar aos seus desejos. Lorenzoni aproveitou as férias para voar aos Estados Unidos e pedir a benção de Olavo. Na volta, havia se tornado um perfeito e periclitante chefe decorativo da Casa Civil.

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Lorenzoni é um homem emotivo. Chora com facilidade e não se envergonha de ser fotografado às lágrimas. Em dificuldades, deixa que elas rolem sem nenhum constrangimento. Bolsonaro não admira homem que chora. Mas concede que Lorenzoni comprou suas ações em baixa, devotou-se à sua campanha, foi leal e coisa e tal. O que isso quer dizer?

Nada. Quer dizer nada. Se quisesse dizer alguma coisa não o teria transformado em um ministro de papel. Lorenzoni e Weintraub estão marcados para morrer, mas nem Bolsonaro sabe quando. Poderá ser uma morte súbita, mas não surpreendente. Ou arrastar-se por meses ao peso dos grilhões. A arena do poder é a mais sanguinolenta e bárbara que se conhece. Sempre foi.

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, finge-se de morto para tentar sobreviver desde que Bolsonaro fez do vice-presidente Hamilton Mourão o chefe da Comissão da Amazônia, que cuidará praticamente de tudo o que antes estava entregue à falta de cuidados de Salles. Caso se conforme com a situação, Salles seguirá penando, sem serventia, mas empregado.

O governo do capitão é a maior caixa preta jamais servida ao país. Alimentada por crises, dependente delas, viciada em conflitos, sem um norte que não seja a reeleição, enfrenta pesadelos desnecessários criados por seu dono. É uma fábrica de pequenos e grandes desastres. É o improviso elevado à condição máxima da arte grosseira de governar.

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