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Os militares e o documento da CIA

Questiona-se, de início, a autenticidade do documento

Por Ruy Fabiano
Atualizado em 12 Maio 2018, 10h00 - Publicado em 12 Maio 2018, 10h00

O meio militar – o Exército, sobretudo – recebeu com estranheza e indignação a divulgação de documento da CIA, datado de 1974, acusando os ex-presidentes Médici e Geisel, e por tabela o então chefe do SNI, João Figueiredo, que viria a sucedê-los, de autorizar a execução de adversários do regime.

Questiona-se, de início, a autenticidade do documento, divulgado e repercutido, segundo os militares, por ex-integrantes da Comissão da Verdade, instituída pelos governos do PT.

Ainda que autêntico, dizem eles, o que expõe é falso – e, nas palavras de um general de quatro estrelas, que pediu para não ser identificado, “pode ter sido gerado por um agente de baixa produtividade, que precisava justificar seu contrato. Nada garante seu conteúdo”. E diz mais esse general:

“O objetivo de trazer à baila um suposto acontecimento, não comprovado, de 44 anos atrás – e disponível já há alguns anos -, não tenha dúvida, é atingir a candidatura de Jair Bolsonaro. É ele o alvo, por sua origem militar e pela defesa que faz daqueles governos”.

Ele diz que o fato de o documento vir da CIA não o torna prova de nada: “Há fracassos históricos de informações vindas da CIA, a começar pelo episódio da Baía dos Porcos, nos anos 60”.

E pergunta: “Como a CIA poderia ter acesso a uma reunião ultrarreservada de quatro generais: o presidente da República, o chefe do Centro de Informações do Exército, o chefe do SNI e o ministro do Exército? Só se algum deles estivesse a seu serviço, o que é um absurdo total”, diz o general.

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“É óbvio que se trata de uma avaliação açodada e conveniente”. E lembra que o fracasso do poder civil, “de que a Lava Jato dá testemunho”, consolidou o prestígio da instituição militar, que em todas as pesquisas de opinião pública figura no topo das mais acreditadas pela população.

“Isso faz ressurgir a narrativa esquerdista de que os acontecimentos pós-64 não tiveram apoio popular e configurariam mera perseguição política, como se não tivesse havido guerrilhas, assaltos a banco, sequestros de aviões e de embaixadores. Não há dúvida de que há uma orquestração, por parte de uma força política desmoralizada”, diz ele.

A denúncia veio à tona na quinta-feira, um dia depois de uma reunião em Brasília de alguns dos 73 candidatos militares às eleições de outubro, todos perfilados à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro. O general não acha que tenha sido mera coincidência.

Não há ainda, nem se sabe se haverá, posicionamento do Alto Comando do Exército a respeito. O tema está sendo avaliado, mas há um grande desconforto no meio.

“Desde que os militares se retiraram da política, há 33 anos, não intervieram mais. Não queremos olhar pelo retrovisor, e sim para a frente. Mas a esquerda insiste em olhar para trás”.

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Segundo ele, esse sentimento de revanche a fez cometer o erro estratégico de, em vez de diálogo, buscar o confronto. “O próprio PT lamentou, no seu 5º Congresso, não ter aparelhado nem as Forças Armadas, nem os colégios militares. Se o fizesse, e isso seria impossível, seríamos hoje a Venezuela”, diz.

E conclui: “Houve uma luta armada. A Comissão da Verdade diz que, em 21 anos, foram mortos 434 esquerdistas (números inflados), que, por sua vez, mataram 150, inclusive gente alheia ao conflito, como caixas de bancos e motoristas de caminhões de carga. Mataram menos pois perderam a guerra”.

A contradita está posta. E a reação militar, ainda indefinida, poderá dar ao documento ou o protagonismo almejado ou o silêncio.

Ruy Fabiano é jornalista  

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