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Por Coluna
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“O show de besteiras”

Será que o eleitorado do capitão já se deu conta do que fez contra o Brasil?

Por Maria Helena RR de Sousa
Atualizado em 30 jul 2020, 19h38 - Publicado em 21 jun 2019, 10h00

Nomear e demitir ministros e altos assessores parece ser um hobby do presidente. Na semana passada ele demitiu um de seus mais brilhantes assessores, o general Santos Cruz. Se uma fada madrinha me desse o direito de nomear o presidente da República, era esse general que eu colocaria no Planalto. Se não por suas imensas qualidades, por essa declaração franca e brilhante que deu sobre o governo do capitão: “É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população”. 

Será que o eleitorado do capitão já se deu conta do que fez contra o Brasil? Eles colocaram no leme um ex-oficial do Exército que, segundo ele mesmo, não nasceu para esse cargo. A impressão que dá é que ele está mais perdido do que cego em tiroteio e que é por isso que anda em círculos tomando uma decisão ao meio-dia que será anulada à meia-noite.

Como todos sabemos, ele já trocou muitos auxiliares e alguns de modo tão rude que custei a acreditar. Ver um presidente da República dizer que já está “por aqui” com o presidente do BNDES, Joaquim Levy,  e que se ele não se demitir ele vai demiti-lo passando por cima do ministro da Economia que o nomeara, foi impressionante!

Mais impressionante ainda: o ministro da Economia não tugiu nem mugiu, aceitou a decisão que substituiu Levy por um amigo e ex-vizinho dos filhos, figura criadora de caso no edifício onde moravam por derrubar um portão, indignado com o horário imposto pela administração do condomínio para o fechamento da área de festas. Para esse novo titular do BNDES, obedecer regras parece ser uma grande dificuldade.

O capitão tem se esmerado em desfazer tudo que seus antecessores fizeram. Às vezes por pura implicância. Vou mencionar aqui algumas decisões que comprovam essa implicância, de modo informal, citando as que marcaram minha memória:

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a) voltar à tomada padrão, aquela que sempre os brasileiros usaram até que alguém teve a infeliz ideia de adotar as de três pinos, convencendo os brasileiros que essas seriam mais seguras e mais de acordo com o resto do mundo. Só que não: o resto do mundo não usa as tomadas de três pinos. Parece que foi uma pegadinha na qual nós, os bobinhos, caímos. Agora que a indústria brasileira se adaptou e nisso investiu um bom dinheiro, o capitão, por algum motivo insondável, quer voltar ao padrão anterior…  Sabe como é, país rico… 

b) acabar com os controles dos limites de velocidade nas estradas “para dar aos brasileiros o prazer de dirigir”. Eu só queria que ele me dissesse onde encontraríamos o prazer de dirigir, nessas picadas esburacadas que o Estado chama de estradas? Não seria melhor primeiro restaurar nossa malha viária e só depois pensar na administração do controle de velocidade? 

c) extinguir o horário de verão. Tudo bem, é chatinha essa mudança, mas será que isso era um problema de Estado dos mais importantes? 

d) armar os cidadãos de bem, para que eles possam se defender dos bandidos. Primeiro eu gostaria que ele explicasse ao Brasil o que é um cidadão de bem, que citasse alguns exemplos para que ficássemos mais bem informados. E depois que ele pesquisasse para saber onde os bandidos se armam.

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Ontem, em São Paulo, no dia de Corpus Christi, numa festa popular organizada pelos Evangélicos em honra de Jesus, o presidente confessou, assim como quem não quer nada, que é candidato à reeleição. Será que o Brasil aguenta? 

 

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.  

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