O decreto legislativo aprovado pelo Senado que derrubou o decreto da farra das armas do presidente Jair Bolsonaro agora irá para a Câmara dos Deputados. Não há data à vista para que seja votado ali.
Os deputados vão querer impor suas digitais no decreto. Tramitam na Câmara projetos de lei sobre a compra e o porte de armas. O decreto original de Bolsonaro jamais será recomposto.
Para o presidente, tanto faz como tanto fez. Ele cumpriu a promessa feita aos seus eleitores. Se ela não se materializar, a culpa será do Congresso, unicamente dele.
Um governo sem articulação política que funcione, sem um partido coeso para chamar de seu e que se recusa a compartilhar o poder com o Congresso, é um governo destinado ao fracasso.
Mas isso também não importa muito para Bolsonaro. Saiu candidato a presidente só para ajudar a reeleger os filhos. Em seguida, pretendia ir desfrutar a vida na companhia da mulher e da filha.
No dia em que se elegeu, logo que sua casa na Barra da Tijuca começou a se esvaziar, pediu a um amigo que ficasse mais um tempo. E aí confessou seu espanto. E chorou copiosamente.
Governa sem um projeto para o país, sob a orientação dos filhos e do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho. Compra ideias aqui e acolá. Por vezes, arrepende-se de umas, esquece outras.
Não é certo que se candidatará à reeleição. Se o fizer e perder, se reconciliará com o que pretendia antes. Com a vantagem de poder curtir a vida na condição de ex-presidente.
Terá feito um bom negócio.