
(Notícia/Reprodução)
Poderia ter sido um tiro acidental ou esparso o dado no último fim de semana pelo garoto Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, no porta-voz da presidência da República, o general Rêgo Barros.
Mas não foi – e ontem, mais tiros o garoto disparou no general que, a exemplo de outros abatidos por Carlos, preferiu não ligar. Ou dizer que continua prestigiado pelo capitão.
Na verdade, trata-se de mais uma batalha da guerra pelo controle da área de comunicação do governo, que já produziu duas vítimas ilustres: os ex-ministros Gustavo Bebianno e Santos Cruz.
Não foi difícil derrubar Bebianno, ex-presidente do PSL durante a campanha eleitoral do ano passado, e advogado particular de Bolsonaro. Mais difícil foi derrubar o general Santos Cruz.
O atual secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, fez parte do pelotão de fuzilamento dos dois ministros. E faz parte do pelotão que tenta fuzilar Rêgo Barros.
Militar fora de quartel e em terreno desconhecido é presa fácil para seus inimigos, por mais que tenha aprendido a enfrentar a guerra de guerrilhas. Tanto mais quando é traído pelo chefe.
Bolsonaro revelou há dois meses como gosta de livrar-se de auxiliares. Não há originalidade no método. A originalidade está na confissão feita com a maior naturalidade. O capitão é perverso.
É preciso, primeiro, desgastar o candidato à rua. Criam-se, assim, as condições para que seja demitido. Em outras palavras: destrói-se a reputação, para em seguida destruir-se o pobre coitado.