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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O nosso habitat ideológico

A tendência à direita conta com base sólida ou é fruto de circunstâncias, na esteira da polarização entre “nós e eles”?

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 30 jul 2020, 20h07 - Publicado em 2 dez 2018, 10h00

A ascensão de um grupo de direita ao poder no Brasil, depois de longo ciclo dominado pelo centro e pela esquerda, abre um campo de dúvidas: esse novo grupamento terá vida longa? A tendência à direita conta com base sólida ou é fruto de circunstâncias, na esteira da polarização entre “nós e eles”?

A resposta implica um conjunto de variáveis, a partir da análise do ethos nacional. Somos uma gente de índole pacífica, acolhedora, criativa, e com traços de exagero: o país do melhor futebol do mundo, do pior desempenho em ética e moral, sem muito compromisso com a verdade. Querem ver? Em Petrolândia ou Petrolina não há petróleo; a Bahia de Todos os Santos é também a Bahia de Todos os Pecados, dizia Jorge Amado. Somos também a terra do “mais ou menos”. “Você trabalha quantas horas por semana”? “Mais ou menos 40 horas”. “É católico”? “Sou, mas não vou à igreja”. Não é isso, mestre Roberto da Matta?

Ante a dualidade “sim” e “não”, característica do anglo-saxão, o brasileiro prefere “talvez”, “depende”, “vamos ver”. No arco ideológico, essa posição estaria mais próxima ao centro. Não indico esses traços para dar respostas às questões políticas, mas eles ajudam a compreender o “homo brasiliensis”. No mais, nosso povo exibe tendência para a moderação.

O aspecto educacional é outro fator a ser considerado. O alto índice de incultura, o subdesenvolvimento econômico, social, cultural e político marcam fortemente nossa frágil cidadania. Na classificação de Bobbio, teríamos uma “cidadania passiva”, a prevalecer sobre a “cidadania ativa”, que caracteriza a manipulação das massas. Por décadas cultivamos o “voto de cabresto”, como descreveu Vitor Nunes Leal, em Coronelismo, Enxada e Voto. Só após a CF de 88 os cidadãos descobriram seus direitos à cidadania.

O fator econômico é outra bússola. Dinheiro no bolso, suprindo carências familiares, alimento, segurança e o conforto oferecido pelo Produto Nacional Bruto da Felicidade (PNBF) agem como motores da política. Se a engrenagem aumentar a felicidade coletiva, ganhará o apoio das massas carentes. A opção política do eleitorado, regra geral, se dá pela via do pragmatismo.

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Por último, lembre-se que o PT construiu uma muralha entre classes, o “nós e eles”. Por mais de três décadas a cantilena bateu na mente nacional. Então veio o estouro da boiada, com escândalos em série a partir do mensalão. A máscara do PT caiu, seus líderes foram presos e o carismático Lula, hoje na prisão, vive a pior fase de sua vida.

Dito isto, voltemos às perguntas iniciais. A direita terá vida longa? Se o governo Bolsonaro garantir o PNBF, estenderá seu prazo de validade. A recíproca é verdadeira. O fato é que direita, esquerda e centro hoje servem melhor ao trânsito. O bolso, esse sim, é o maior termômetro nacional. Se a direita optar por políticas muito radicais – nas áreas de costumes e comportamentos –, poderá acirrar a polarização. Convém sempre alertar: o espaço de centro abriga a maioria da vontade nacional. É onde poderia se encontrar mais consenso.

Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político twitter@gaudtorquato

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