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Nomes demais, ideias de menos

Têm-se hoje mais de duas dezenas de pré-candidatos. Muita gente para pouquíssimo conteúdo.

Por Mary Zaidan
Atualizado em 22 abr 2018, 08h00 - Publicado em 22 abr 2018, 08h00

Instituições em frangalhos – e não adianta achar que garante o contrário o fato de elas estarem funcionando como se normalidade existisse -, economia ainda engasgada e atividade política em descrédito absoluto. Saídas para esse tripé agonizante deveriam concentrar o debate nacional, quanto mais a cinco meses das eleições. Mas estão longe de frequentá-lo.

As urnas estão na cabeça dos políticos e analistas, mas são quase inexistentes no calendário de quem mais importa: o eleitor.

Na última pesquisa Datafolha, ainda que os dados da apuração estimulada revelem preferências por A ou B, a coleta espontânea aponta que 46% não têm candidatos à Presidência da República e outros 21% preferem deixar em branco ou anular seus votos. Cabe lembrar que desde o advento da urna eletrônica o voto é espontâneo. O eleitor tem de saber o número do escolhido, digitá-lo e confirmar a opção.

A esse eleitor ainda desconectado com o pleito de outubro são oferecidos nomes em vez de ideias. Alguns revestidos de simbologia como a novidade Joaquim Barbosa, recém filiado ao PSB. Em um movimento inverso ao que deveria ser, trata-se de um nome e tanto, com enorme apelo, mas sabe-se lá atrás de que ideário.

O homem da capa preta, combatente implacável contra a corrupção. Ainda que em contexto completamente diferente, faz lembrar o “caçador de marajás” de Fernando Collor de Mello, eleito em 1989 e deposto em 1992. Com outra roupagem, Collor pretende voltar à disputa, ainda que nem ele próprio saiba o porquê.

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Têm-se hoje mais de duas dezenas de pré-candidatos. Muita gente para pouquíssimo conteúdo.

Apontada como uma das herdeiras dos votos de Lula, preso em Curitiba e inelegível pela Lei da Ficha Limpa, Marina Silva (Rede) desaparece sempre que o circo pega fogo e emerge nos períodos eleitorais. Mesmo em anos em que o incêndio nacional não cede. O outro, Ciro Gomes (PDT), de espírito inflamado, tem pouco mais a oferecer além de sua língua ferina.

Bolsonaro, que lidera as pesquisas estimuladas sem Lula, é uma versão atualizada do “prendo e arrebento”, e só. O que ele pretende fazer até mesmo na área de segurança, em que se diz expert, ninguém sabe.

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Em dificuldades em São Paulo, estado que governou por 12 anos, agravadas com as acusações contra Aécio Neves, e agora com seu próprio nome arrolado em investigações, o tucano Geraldo Alckmin também ainda não conseguiu mostrar a que veio.

Nada disso ocorre por acaso. Há tempos a política deixou de ser palco de discussões sobre os rumos do país para se ocupar com a defesa de quem a estraçalhou.

Considera-se normal um Congresso que não legisla e uma Justiça que o faça. Uma Câmara que permite que um deputado preso, João Rodrigues (PSD-SC), integre a comissão que analisa o novo Código Penal. Que a Suprema Corte autorize um senador cassado, Demóstenes Torres, a disputar a eleição. Que um ex-presidente, Lula, faça comício com mandado de prisão já expedido contra ele.

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Somos resultado dos monstros que criamos – com ou sem capas. E só temos as urnas como arma.

Mary Zaidan é jornalista. E-mail: zaidanmary@gmail.com Twitter: @maryzaidan 

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