Nunca se sabe, não é? Mas para quem se diz disposto a vestir o pijama sem reclamar se o presidente Jair Bolsonaro preferir outro vice para disputar a reeleição, o general Hamilton Mourão se comporta como se admitisse um voo solo na eleição de 2022.
É verdade que reduziu o número de entrevistas e de declarações pontuais que fazia. Muitas delas irritaram Bolsonaro e, principalmente, seus filhos. Mas, nos últimos 90 dias, pós o pé na estrada como quem se prepara para ser candidato.
O vice esteve em pelo menos 15 cidades para encontros com empresários, palestras, homenagens, visitas a fábricas e inaugurações, segundo levantamento do TAG Reporter, relatório semanal das jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros.
Em Jaraguá do Sul e Joinville, falou em associações comerciais. Em Piracicaba, visitou o grupo Hyundai Motors do Brasil. Em Maceió e em Aracaju reuniu-se com integrantes do LIDE, grupo de líderes empresariais. Fez o mesmo no Rio, em Vitória e Palmas.
A agenda de Mourão em Brasília foi pesada. Recebeu em audiência presidentes de federações de indústria e CEOs de bancos e empresas, como Citibank, Santander e Airbus. Conversou com Wilson Witzel, governador do Rio e desafeto de Bolsonaro.
Aconselhado por assessores, não passou recibo da mais recente desfeita que Bolsonaro lhe fez. A deputados do PSL, Bolsonaro disse que se arrependeu de não ter escolhido o deputado Philippe de Orléans e Bragança, “O Príncipe”, para ser seu vice.