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Por Coluna
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Menos Guedes e mais Mandetta

Quando o pior passar, se verá o que fazer com as reformas que o governo não entrega

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h06 - Publicado em 15 mar 2020, 08h00

Salvo a descoberta de que há coisas mais preciosas do que vidas humanas, tudo deverá ser feito para que a epidemia de coronavírus produza por aqui o mínimo de mortes possíveis. O que significa em primeiro lugar: não pode faltar dinheiro para todas as ações que o Ministério da Saúde considere indispensáveis.

Se o ministro Paulo Guedes, da Economia, não for capaz de entender isso e de liberar recursos, deveria ser mandado embora. . Guedes disse que a melhor maneira de enfrentar o coronavírus é aprovar as reformas que ele ainda não mandou para o Congresso, que o presidente Jair Bolsonaro hesita em mandar.

Conversa de economista ortodoxo e dito liberal que só enxerga números, não pessoas. Conversa também de quem quer tirar proveito da situação para empurrar suas propostas goela abaixo do Congresso, fazendo o mínimo de concessões. Antes de assumir o cargo, Guedes falara em dar “uma prensa no Congresso”.

Na semana passada, falou em despachar à consideração de deputados e senadores uma lista de 19 prioridades. Ouviu de volta do ex-xerife da economia da época da ditadura militar, Delfim Netto: “Quem lista 19 prioridades é porque não tem nenhuma”. Lacrou! As reformas poderão ficar para mais adiante.

“A maioria dos estados brasileiros está despreparada para atender, na rede pública, casos graves de pacientes infectados pelo coronavírus, cujo destino principal são as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) com equipamentos de respiração para ventilação mecânica”, informa, hoje, a Folha de S. Paulo.

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Segundo o jornal, “as piores situações estão nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, as mais pobres e mais dependentes do Sistema Único de Saúde.” Nos municípios, menos de 10% têm leitos de UTI, públicos ou privados, “e os pacientes terão de ser encaminhados a hospitais de referência regionais.”

Em 2014, os hospitais públicos no Rio de Janeiro ofereciam 3.771 leitos. Hoje, 2.959. O número de leitos nos hospitais da prefeitura do Rio caiu de 3.881 em 2017 para os atuais 3.527, informa o jornal O Globo. Segundo o Censo de 2010, 22% dos moradores da cidade do Rio (ou 1,5 milhão de pessoas) vivem em favelas.

O Brasil foi dormir, ontem, com 121 casos de coronavírus confirmados. A tendência é que o número de casos dobre a cada três dias se medidas duras não forem tomadas. O pico da doença deverá ocorrer entre abril e maio. E será tanto mais alto se a curva de crescimento do número de casos não for atenuada desde já.

Outra escolha não é possível ante a gravidade da crise que Bolsonaro chamou de “pequena”, contaminada pela “fantasia” de uma imprensa irresponsável que ele costuma hostilizar à base de bananas. Menos Guedes. Mais Mandetta. Quando o pior passar, vê-se o que fazer com as reformas que o governo não entrega.

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