Depois de conseguir que seu pai demitisse Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da presidência da República, e de carimbar o vice-presidente Hamilton Mourão com a pecha de conspirador, o garoto Carlos Bolsonaro resolveu mirar no general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, à qual a Secretaria de Comunicação (Secom) é subordinada.
“Vejo uma comunicação falha há meses da equipe do Presidente. Tenho literalmente me matado para tentar melhorar, mas como muitos, sou apenas mais um e não pleiteio e nem quero máquina na mão. É notório que perdemos oportunidades ímpares de reagir e mostrar seu bom trabalho”, escreveu o vereador no Twitter. Com isso admitiu o que nega: quer, sim, mandar na comunicação do governo.
É tudo o que ele sempre quis, e persegue com a conivência do pai. Mais de uma vez, o presidente Jair Bolsonaro já disse que deve sua eleição a Carlos, o 02. E que ele tem todas as condições para aspirar a ser ministro. Não é por quê? Porque os generais que cercam Bolsonaro não querem. E porque Bolsonaro teme ser criticado caso o nomeie ministro. Mas ainda poderá fazê-lo.
Carlos não se conforma com o fato de não ter um lugar especial em Brasília ao lado do pai. Os irmãos Flávio e Eduardo têm. Um por ser senador, outro deputado federal. Embora dono das senhas de Bolsonaro nas redes sociais, e o mais influente dos três filhos, Carlos considera tudo isso pouca coisa. E estimulado pelo autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, vai à luta.