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Lula solto na Bahia, Evo exilado no México: embalos e abalos no Continente

Para o ex mandatário da Bolívia tudo aparenta ser pior.

Por Vitor Hugo Soares
Atualizado em 30 jul 2020, 19h19 - Publicado em 16 nov 2019, 12h01

Depois de acompanhar, pela TV, discursos inflamados e inflamáveis do ex-presidente Lula – bem ao gosto da turma do MST, PSOL e do Foro de São Paulo, mas considerados “acima do tom” por petistas de alta linhagem, a exemplo do governador Rui Costa, da Bahia – nos dois atos realizados após sua saída da cadeia em Curitiba (onde ficou por um ano e sete meses), vejo imagens da chegada melancólica de Evo Morales, no México, em avião da Força Aérea Mexicana, para cumprir incerto período de exílio, no país governado pelo parceiro político e ideológico, Lopez Obrador. Nas duas situações, a memória me conduz aos versos de “Notícia de Jornal”, de Chico Buarque, que diz, na desconcertante letra: “Aí a notícia carece de exatidão./O lar não mais existe./Ninguém volta ao que acabou”…

Canto simbolicamente perfeito e de inegável atualidade nos dois casos. Mesmo que a situação do líder brasileiro, de origem operária, possa parecer melhor, em termos de perspectivas, que a do ex – dirigente boliviano, de origem indígena agora no desterro. Para o ex mandatário da Bolívia tudo aparenta ser pior. Desde que decidiu meter os pés pelas mãos, desconsiderando a Constituição, e partiu para forçar seu quarto mandato, em total desacordo com a lei magna e com a vontade do seu povo, expressa em plebiscito.

Mais grave ainda foi a descoberta, por observadores e técnicos da OEA, das irregularidades e fraudes cometidas por Evo, e aliados, dentro e fora da do país, para se perpetuar no mando. Com a ajuda cúmplice de membros destacados do Tribunal Supremo Eleitoral, presos com algemas e afastados de seus cargos, com desonra pública. Isso deslegitimou o processo eleitoral e levou o povo, em fúria, às ruas, aos saques, aos incêndios, aos bloqueios de rodovias e ao caos, que fez desabar o que aparentava ser trincheira inexpugnável de poder na América do Sul. Agora só resta chorar “pelo leite derramado”, ou apelar para o velho consolo de que houve “golpe”.

No Brasil, Lula parece dispor, ainda, de tempo e de poeirenta estrada para caminhar com seus seguidores, enquanto atira para todo lado: De Bolsonaro, Moro e Guedes à Silvio Santos e a Rede Globo. Nada parece intimidar o criador do PT, a deduzir pelas bravatas de suas falas, nos dois atos públicos ao deixar a cadeia. Quando alardeou que sai da cela “um homem de 74 anos de idade, com vitalidade de 40 e tesão de 20”, ao apresentar a namorada aos militantes. Na quarta-feira desembarcou em Salvador, para jantar e conversar com Rui Costa, no Palácio de Ondina, antes de reencontrar companheiros, dia 14, na reunião da Executiva Nacional do PT, em hotel de luxo, no centro de Salvador, coração do Nordeste. Região fiel aos apelos do antigo guia histórico, – em sua tentativa de reconstrução da casa abalada – dominada por governadores “de esquerda”, a começar pelo da Bahia, a cujos ouvidos, declaradamente, não soam bem palavras de ordem do tipo o Lula Livre” e as falas de Lula incendiário.

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No encontro da cúpula petista, o ex não só repetiu as falas de Curitiba e São Bernardo, mas e atirou ainda em Fernando Henrique Cardoso, ao recusar propostas de autocrítica dele e do PT. “Vocês já viram alguém cobrar autocrítica de FHC?”. Sábado, ele passa com a namorada em praia do sul baiano. Domingo participa do Festival Lula Livre, em Recife. Depois tudo pode acontecer, inclusive nada.

 

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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